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18 de abril de 2024 | 14:50
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Economia

Brasileiro ainda paga as contas em dinheiro

O Banco Central publicou na manhã desta quinta-feira, 19 de julho, a pesquisa “O bra­sileiro e sua relação com o di­nheiro”, com informações so­bre conservação das cédulas, a forma de armazenamento e transporte de dinheiro, meios de pagamento e elementos de segurança das notas. Con­forme o BC, o dinheiro vivo ainda é o meio de pagamento mais utilizado pela popula­ção, sendo que 96,1% respon­deram que, além de outros meios, também fazem paga­mentos em espécie.

“Na questão, os entrevis­tados podiam marcar mais de uma opção – 51,5% men­cionaram cartão de débito e 45,5%, cartão de crédito”, in­forma o BC em nota. “Para compras de até dez reais, 87,9% preferem utilizar di­nheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor”, acrescenta a institui­ção. De acordo com o BC, para desembolsos de mais de R$ 500, a maior parte dos entrevistados (42,6%) prefere o cartão de crédito. “No co­mércio, 75,8% dos estabeleci­mentos aceitam pagamentos no débito e 74,1% no crédito. Apenas 16,3% aceitam che­ques”, informa.

Em 2013, o pagamento com dinheiro por parte da população representava 72%. Nesta pesquisa de 2018, o per­centual é de 60%. No comér­cio, 50% do faturamento vem de pagamentos em dinheiro, sendo que na pesquisa ante­rior, de 2013, o percentual era de 55% “O cartão de débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no fluxo de caixa dos estabelecimentos”, diz o BC. “Já o uso de cheques diminuiu 2 pontos percentuais, passan­do para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito ficaram estáveis no período, com 25%”, acrescenta a insti­tuição.

Em relação à segurança, a pesquisa mostra que a mar­ca-d’água nas notas é o item mais conhecido. Depois apa­recem o fio de segurança e a textura da nota. “No comér­cio, a textura ou espessura do papel foi o item mais utilizado para reconhecimento de nota verdadeira, com 48%, seguido pela marca d’água e o fio de segurança”, informa o BC.

A pesquisa mostra que 23% dos entrevistados de­clararam já ter recebido uma cédula falsa, o que representa uma redução de 5 pontos per­centuais em relação a 2013, que registrou 28%. Daqueles que receberam notas falsas, apenas 28,3% entregaram para análise do Banco Cen­tral. O percentual de pessoas que nunca receberam cédulas falsificadas passou de 67% em 2013 para 70% agora.

“Tivemos queda de circu­lação de notas falsas, depois da segunda família de notas do real”, pontua o chefe do Departamento de Meio Cir­culante do BC, Felipe Frenkel. Segundo ele, hoje existem aproximadamente no País 80 cédulas falsas por um milhão de notas circulando.

Verificação
Conforme o BC, o hábito de verificar a autenticidade das notas está relacionado ao seu valor. Apenas 8,5% de­clararam verificar sempre as notas de R$ 2. Já para as no­tas de R$ 100, o percentual passa para 43,4%. Mesmo no caso das notas de maior va­lor, 39,2% nunca verificam as cédulas de R$ 50 e 37,7% não verificam as de R$ 100.

Para compras com valores entre R$ 50 e R$ 100, diz o BC, 52% dos pagamentos são feitos em dinheiro, 27% com cartão de débito e 19% com cartão de crédito. No caso de valores acima de R$ 500, os percentuais são de 31% para dinheiro, 18% para débito e 43% para crédito. “Apesar do crescimento dos meios de pagamentos eletrônicos, o di­nheiro em espécie ainda é lar­gamente utilizado no Brasil”, pontua o chefe do Departa­mento de Meio Circulante do BC, Felipe Frenkel, durante a apresentação da pesquisa.

“Quanto menor o valor, maior o uso do dinheiro. E as despesas de menor valor são as mais frequentes. Toda hora vamos à padaria, à farmácia”, acrescenta o chefe-adjunto do departamento, Fábio Boll­mann. Segundo eles, o uso de dinheiro ou de cartões não é apenas uma questão de avan­ço de tecnologias ou do pró­prio setor de meios de paga­mentos, mas também passa por questões culturais.

Eles lembram que na Su­écia o uso de dinheiro vivo é reduzido. Ao mesmo tempo, a Alemanha, outro país euro­peu com sistema financeiro desenvolvido, utiliza muito o dinheiro em transações. “Não existe um padrão ótimo”, disse Bollmann. O BC gasta hoje em torno de R$ 500 milhões por ano com a fabricação de cédulas e moedas para atender a população. “Com certeza, não produzir cédulas é mais barato, mas o BC não estimu­la isso. A ideia da pesquisa é tentar entender a população”.

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