O CÉU GANHOU UM SORRISO
In memorian
Quando era locutor esportivo, eu exaltava o autor de uma grande jogada falando seu nome completo. Dois deles manifestavam carinho ao meu trabalho, quando me encontravam. Um deles é Zito, sempre que me via, brincava: “Moisés Casagrande é o nome dele!” – imitando minha narração com seu próprio nome. O outro era Pedrinho, que foi barbaramente assassinado por dois menores ladrões. Ídolo da raça no Botafogo, Pedrinho corria muito e dava corda às brincadeiras dos colegas de que não tinha bom passe e habilidade, mas desmentia no campo fazendo belos gols.
Curinga…
Pedrinho foi importante para o técnico Antoninho entender a relação treinador/cartolas. Sem especialista para um jogo importante, Antoninho deslocou o volante Pedrinho para a lateral. Quase caiu, chamado de louco pelos diretores. Pedrinho foi tão bem que no próximo jogo, com a volta do titular, Antoninho quase foi demitido, e de novo chamado de louco pelos dirigentes, por tirar Pedrinho da lateral. Nunca fez e provavelmente nunca pensou fazer maldade, queria apenas sorrir, contagiar os ambientes com alegria. Neste domingo (21) faz nove anos que Pedrinho faleceu (21/08/2013).
O nome dele…
Um fato deste nos faz resvalar na limitação da capacidade humana em entender os desígnios de Deus. Passei horas meditando: “Os direitos humanos de Pedrinho não foram respeitados. Sua vida foi violentamente tirada por quem sistematicamente é defendido pelos Direitos Humanos”. Conforta-me pensar que, se aconteceu com pessoa tão boa e cheia de virtudes, é porque a missão de Pedrinho é elevada, bem maior e mais nobre do que a limitada inteligência humana pode imaginar. E que no céu sempre haverá um anjo-locutor de plantão exaltando: “José Pedro Rotiroti é o nome dele!”