O ”DETALHE” DO GOL
Palmeiras x São Paulo, disputado domingo, 27, tinha tudo para ser o pior 0 x 0 da história do ”choque-Rei”. Dois times abaixo da tradição do clássico. Jogadores desengonçados, sem nenhuma beleza estética para bater na bola e desfilar no gramado. Falta de qualidade e de elegância. Uma ”zagueirada” ruim, meio-campistas sem habilidade, atacantes confusos na escolha das jogadas e imprecisos nas conclusões. Jogadores de pernas e cintura duras, como se dizia dos pernas-de-pau de antigamente. O que se viu foi um festival de lances grotescos, desde furada de goleiro a chutes ao gol que saíram pela lateral.
Da goleada…
Com toda a sua ruindade, o São Paulo marcou primeiro. O Palmeiras um pouco melhor respondeu. E assim o jogo seguiu até os 2 a 2. Willian, que não é jogador para ser titular do Palmeiras, mas tem coragem de finalizar e desde os tempos de Corinthians e Cruzeiro faz seus golzinhos, se destacou em seus lances característicos. Com mais dois gols o Palmeiras decretou a goleada (4 a 2) sobre o São Paulo, que a cada rodada mostra porque está na zona de rebaixamento e é um dos mais fortes candidatos ao descenso.
Do filósofo…
Não há como falar mal de um jogo que teve seis gols, em hipótese nenhuma. Por mais simples que pareça, um gol sempre traz uma grande história, no íntimo do autor ou no coração do torcedor. Todas as deficiências, que foram reais e passíveis de críticas, desapareceram no conjunto da obra com os seis gols marcados. A goleada engrandeceu o espetáculo. Porque o gol é a maior emoção do futebol, a realização de um sonho, a explosão da alegria. Não é um simples detalhe como um dia filosofou o técnico Carlos Alberto Parreira.