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20 de abril de 2024 | 1:21
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Política

Câmara convoca secretário da Saúde

A Câmara de Ribeirão Preto aprovou na sessão desta terça-fei­ra, 13 de março, por unanimidade – 27 votos a zero –, a convocação do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, para dar ex­plicações aos vereadores sobre a morte do morador de rua Juliano Machado, de 41 anos, na terça-fei­ra (6) da semana passada, um dia após não conseguir atendimento médico na Unidade Básica Saúde (UBS) Wilma Delphina Oliveira G. Rott, na Vila Tibério, Zona Oes­te de Ribeirão Preto.

Até o presidente do legislativo, Igor Oliveira (MDB), optou por votar, apesar de não ser obrigado – a não ser em caso de empate. O projeto de resolução da Mesa Dire­tora foi elaborado após aprovação de requerimento de Lincoln Fer­nandes (PDT). Ele usou a tribuna para pedir votos aos colegas, e des­tacou que a condição de morador de rua de Machado não justifica a recusa ao atendimento médico de que teria sido vítima.

Agora, Igor Oliveira terá de convocar sessão extraordinária para ouvir o titular da pasta. A morte do andarilho causou in­dignação em muita gente. O Mi­nistério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil e defende a abertura de um procedimento criminal por homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – e omissão de socorro. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu sindicância.

A Câmara de Vereadores quer ouvir o secretário Sandro Scar­pelini, para que explique o caso em plenário. A própria secretaria acompanha o caso e instaurou procedimento interno. Em rela­tório, a pasta nega omissão de so­corro e diz que Machado recebeu todo o atendimento condizente com seu quadro clínico. O anda­rilho tinha o costume de pernoitar na praça José Mortari, defronte à UBS. Ele passou mal quando estava embaixo da marquise da unidade de saúde, por volta de 18 horas da segunda-feira da semana passada, dia 5.

Um morador das imediações, ao constatar que Machado estava sofrendo convulsões, pediu so­corro no interior da UBS, mas não havia médico no local. Pela escala de trabalho divulgada pela própria Secretaria Municipal da Saúde, um médico, uma enfermeira e a gerente da UBS deveriam estar trabalhando naquele dia até as 19 horas. A Secretaria Municipal da Saúde anunciou a abertura de sin­dicância para apurar as circunstân­cias da morte do morador de rua e o motivo dos três profissionais não terem cumprido a jornada de tra­balho naquela data.

Machado teve uma parada car­diorrespiratória cerca de 24 horas depois de ter sido levado ao posto por um morador do bairro, onde teve convulsões. Não havia médi­co no local para atendê-lo, apesar da escala de plantão informar que deveria haver um profissional no local. No dia 2, a Secretaria Muni­cipal da Saúde enviou à imprensa o relatório de atendimento em que descarta omissão de socorro.

“Em resumo, o paciente ob­teve atendimento médico e de enfermagem por três vezes em 24 horas (nos dias 27 e 28 de fe­vereiro), contudo na última vez que procurou atendimento che­gou em situação mais crítica e apesar de toda a assistência presta­da, o paciente evoluiu para óbito. A Secretaria Municipal da Saúde está trabalhando na análise de toda do­cumentação referente ao caso para medidas administrativas cabíveis”, diz a pasta em nota.

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