18 de abril de 2024 | 22:14
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Covid-19: Startups de RP ajudam a desenvolver vacinas

Três startups de Ribeirão Preto entraram na briga para o desenvolvimento de vacinas preventivas contra a covid-19. A Farmacore, a Invent Biotec­nologia e a MI4U são empre­sas ligadas ao Supera Parque de Inovação e Tecnologia e contam com a expertise de pesquisadores locais para con­tribuir com uma causa que ex­trapola barreiras geográficas.

Eduardo Cicconi, gerente do Supera Parque de Inovação e Tecnologia, explica que a região forma um ecossistema forte na área da saúde pela presença de universidades, cursos de pós­-graduação, além de empresas e indústrias que compõe o Ar­ranjo Produtivo Local da Saú­de (APL da Saúde).

“O ecossistema da cidade é bastante forte e se destaca pe­las inúmeras iniciativas na área da saúde. As empresas estão utilizando todo o know how de anos de estudo e conexões de seus pesquisadores para en­contrar soluções efetivas para a doença”, afirma.

Uma das iniciativas é da Farmacore Biotecnologia – especializada no desenvol­vimento de produtos biotec­nológicos e imunobiológicos. Ela atua em parceria com a empresa norte-americana PDS Biotechnology Corpora­tion, desenvolvendo a vacina Versamune®-CoV-2FC.

O projeto combina a pro­teína recombinante do Sar­s-CoV-2, desenvolvida pela Farmacore, associada ao carreador Versamune®, da PDSBiotech, uma tecnologia patenteada para a ativação do sistema imunológico. De acordo com dados da empre­sa, os resultados pré-clíni­cos demonstraram potencial para induzir uma resposta imune ampla e robusta.

As pesquisas começaram em abril de 2020. Helena Fac­cioli, CEO da Farmcacore, destaca que a empresa parti­cipa ativamente de cada etapa do produto, seguindo diversos protocolos, sem desperdiçar tempo nem recursos. De acor­do com a CEO, o desenvolvi­mento local de uma vacina tem potencial de reduzir o custo dos programas de vacinação.

Vacina oral/nasal
A Invent Biotecnologia é outra startup que trabalha para o desenvolvimento de uma va­cina oral contra a covid-19. O processo está em early science e já conta com apoio da Funda­ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A tecnologia desenvolvida pela empresa consiste em desenvol­ver uma vacina oral/nasal para a prevenção da doença, em formulação estável, que pode ser armazenada em tempera­tura ambiente.

“Estamos ainda na etapa inicial, porém bem confian­tes, já que a plataforma já fun­cionou para inúmeras outras doenças como diarréia bac­teriana, infecções estomacais por Helicobacter, Malária, etc. Estamos adaptando para a co­vid.”, explica Ebert Hanna, um dos sócios da marca.

Química computacional e bioinformática
Já a startup MI4U trabalha em parceria com a Biopros­pectum, uma empresa de base tecnológica localizada no Par­que da Universidade do Porto (UPTEC) em Portugal, que identificou duas substâncias com potencial atividade anti­viral e que podem neutralizar partes estruturais do Sars-CoV, através de química computa­cional e bioinformática.

As primeiras moléculas estão sendo testadas in vitro – em cultura de células. A Bioprospectum desenvolveu, em parceria com a startup bra­silieira MI4U, a plataforma in silico, que permite, através da utilização de química com­putacional e bioinformática, selecionar substâncias de uma forma muito mais rápida e efi­ciente todas as moléculas de uma amostra.

Isso permite ao investiga­dor focar-se apenas nas mo­léculas que podem ser úteis para o estudo. Em um dos primeiros protótipos do sis­tema, a tecnologia foi utiliza­da para selecionar moléculas que inibem o Sars-CoV-2, diante disso alguns resulta­dos já foram identificados, sintetizados e estão na fase de teste em cultura celular na Universidade de Lisboa.

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