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29 de março de 2024 | 8:33
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Eleições políticas 2018

Estamos em um momento crítico da história do Brasil e do mundo. As notícias se amontoam e confundem nossos cérebros pela velocidade com que nos assaltam, pela ambiguidade e, muitas vezes, pela falsidade delas. Nesta confusão toda, somos chamados a decidir sobre a sorte do nosso País.

As igrejas evangélicas estão firmes em apoiar Bolsonaro. Ele apa­rece como salvador da pátria devido à insatisfação para com o gover­no do PT, acusado de toda a corrupção política, enquanto se procura omitir ou esconder a corrupção política dos adversários do PT.

Pesquisas de opinião a respeito do governo Lula sempre foram favoráveis ao seu governo, apontado várias vezes como melhor governo e melhor presidente até pela imprensa internacional. Às vés­peras das eleições, cresce a onda Bolsonaro como um tsunami, com crescente manifestação de ódio e violência, devido à opção diferente.

Bolsonaro não esconde sua posição impositiva e desrespeito às posições diferentes e sua tendência é colocar ordem com a força enquanto paquera com militares e com a ditadura.
Bolsonaro é apresentado como pessoa honesta, mas basta dar uma olhada no Google para ver se está envolvido em propina ou não. A Lava Jato, apesar da sua clara tendência partidária e trucu­lência, com certeza marca progresso contra a corrupção endê­mica do país, também baseada na própria estrutura e conjuntura política. Com certeza, os próximos políticos vão pensar melhor antes de recorrer à propina.

A Igreja Católica, através da CNBB tímida e tardiamente, se inclina para o lado de Haddad. Campanha forte contra Haddad é a corrupção, como se apenas o PT fosse o criminoso. Outros argumentos são a violência e o aborto. Quanto ao aborto, é claro que ninguém está a seu favor. Qualquer mudança não caberia somente ao governo resolver.

Aborto e ideologia de gênero são ondas mundiais a assolar todos os países, seja de orientação de direita ou de esquerda: isso não tira as responsabilidades das comunidades ou das pessoas. A igreja católica se posiciona – e justamente – contra o aborto, como contra o homicídio de inocentes indefesos.

Governos mundiais se defrontam com graves problemas de saúde, pois criminalizar por lei o aborto seria o mesmo que criminalizar a prostituição ou o uso do álcool. Aonde se proíbe o aborto, estes vão acontecer ocultamente, em maneira rudimen­tar, com grave dano para as pacientes. As pessoas mais ricas vão praticar o aborto em países onde a prática é permitida.
Igrejas e governos deveriam se unir em campanhas maciças de educação, especialmente contra o álcool e o aborto. O justo grito contra o aborto não encontra ressonância nas políticas neo­liberais que condenam dois terços da humanidade à lenta agonia da morte de fome?

Isso não fomenta um arrastão mundial contra a minoria cada vez mais opulenta? Usa-se também o exemplo da situação da Venezuela, por causa dos desmando e da pobreza, sem pensar nas razões históricas e a ganância das multinacionais e do “Tio Sam”. O argumento é sempre o mesmo mantra: “o socialismo produz a miséria”. Mas isso acontece na China?
Longe de nós um governo chinês. Todas as ditaduras, seja de direita como de esquerda, se apresentam como salvadoras dos povos e sempre se voltam contra eles, especialmente contra os menos favorecidos.

Nos parece que uma democracia, mesmo claudicante, mas onde se possa discutir, seria melhor do que um mergulho nas mãos de um “bom ditador”. Não achamos que o Bolsonaro vai ser ditador, mas existe o perigo desta aventura.

Não somos donos da verdade, mas cremos ser necessário expor nossas convicções, mesmo sendo mais cômodo, neste mo­mento, nos escondermos na tranquilidade do silêncio. Espero que o povo brasileiro não seja outra vez vitima do despotismo.

O que vale neste momento é uma decisão lúcida da nossa consciência. Se você, nosso leitor, opinar diferente, não nos leve a mal. Continuará sempre nosso amigo.

O milagre da verdadeira paz e justiça social não virá da bala do fuzil daqueles que não admitem divisão dos bens e matam os pobres “dom romeros”, nem pode vir da leitura alienante da bíblia ou da euforia da bola. A única saída só pode vir do reconheci­mento de que qualquer pessoa é presença divina merecedora de amor, de perdão e de diálogo.

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