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29 de março de 2024 | 2:52
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Política

Kadafi abasteceu campanha de Lula com US$ 1 milhão

Capturado e morto em 20 de outubro de 2011, o ex-dita­dor líbio Muamar Kadafi en­viou ao Brasil, “secretamente”, US$ 1 milhão para financiar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. É o que o ex-ministro do petista, Antônio Palocci, teria afirmado nas tratativas de um acordo de delação premiada com o Ministério Público Fe­deral, segundo reportagem da revista “Veja”, divulgada nesta sexta-feira, 8.

Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, quando foi alvo da 35ª fase da Lava Jato, a Operação Omertà. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rous­seff, ele foi condenado na Lava Jato por corrupção passiva e la­vagem de dinheiro a 12 anos, 2 meses e 20 dias de prisão pelo juiz Sérgio Moro em junho deste ano.

Palocci investe contra Lula desde o início das tratativas das negociações do acordo. Em setembro, ele fez divulgar uma carta, escrita de próprio punho da cadeia e entregue aos advo­gados para ser digitada e im­pressa, de três páginas e meia. Explosivas, as palavras do ex­-ministro foram endereçadas à presidente nacional do partido, a senadora Gleisi Hoffmann.

Cirurgicamente montada e retocada, a carta coloca o PT e Lula contra a parede, ao afirmar que seus dois governos e de sua sucessora foram corrompidos pelo “tudo pode” e pelos “pe­trodolares”. Antes, no dia 6 de setembro, Palocci confessara ne­gociar propinas com a Odebre­cht e incriminara Lula ao revelar um suposto “pacto de sangue” entre o ex-presidente e o em­presário Emílio Odebrecht, em 2010, em que foi acertado R$ 300 milhões em corrupção ao PT. Lula sempre negou todas as acusações feitas por Palocci.

Kadafi sempre manteve rela­ção cordial com o ex-presidente brasileiro, sendo referido pelo petista como “amigo” ou “irmão”. Durante seu mandato, Lula se reuniu pessoalmente quatro ve­zes com o ditador, que governou o país com mão de ferro duran­te 41 anos. Em 2009 foram duas vezes. Uma delas foi na Cúpula América do Sul-África, realizada na Isla Margarita, Venezuela, no dia 26 de setembro.

Na época, houve muitas críticas à aproximação de Lula com Kadafi Aconselhado por seus assessores mais próximos (o ex-ministro Celso Amorim e o assessor especial da Presi­dência Marco Aurélio Garcia), Lula dizia que o Brasil não tinha preconceitos e que se tratava de uma diplomacia pragmática.

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