18 de abril de 2024 | 21:24
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Meio ambiente RP planta 5.077 árvores por mês

FOTOS JF PIMENTA/ ESPECIAL PARA O TRIBUNA

Dados da Secretaria Muni­cipal do Meio Ambiente de Ri­beirão Preto revelam que, nos últimos 18 meses, foram planta­das no município – zonas rural e urbana – 91.400 árvores, ou seja, uma média mensal de 5.077 mil e diária de 169 mudas. Isso sem contabilizar outras 73.216 espécies inseridas na Estação Ecológica Guarani, localizada às margens da Rodovia Abrão As­sed (SP-333), nas proximidades do Rio Tamanduá e do Centro de Detenção Provisória (CDP). Fica em uma área de 43 hectares. Foi criada para acabar com um litígio judicial que se arrastava havia mais de duas décadas.

Índice de cobertura arbórea em Ribeirão Preto é de cerca de 42 metros quadrados por habitante, bem acima dos 15 m² per capita preconizados pela ONU

Em meados dos anos 1990, quando estava sendo preparada a construção do Novo Shopping Center, uma área de 12,5 hecta­res de vegetação nativa (cerra­do) foi desmatada. Na ocasião, o Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com ação de reparação ambiental, que cul­minou anos depois com a assi­natura de um Termo de Ajus­tamento de Conduta. Esse TAC determinava que o centro de compras doasse para o mu­nicípio uma área de 43 hecta­res, que agora está sendo trans­formada em estação ecológica.

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Índice de cobertura
Um dado que ajuda a enten­der a distribuição deste plantio pelo município é o estudo rea­lizado pela da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universi­dade de São Paulo (USP) de Pi­racicaba. Coordenado pelo pro­fessor Demóstenes Ferreira da Silva e disponibilizado pela Se­cretaria do Meio Ambiente, re­vela que o índice de cobertura arbórea em Ribeirão Preto é de cerca de 42 metros quadrados por habitante, bem acima dos 15 m² per capita preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O estudo, contudo, faz res­salvas em relação à distribuição do plantio nas diferentes regiões da cidade e em vias públicas, principalmente nas áreas Cen­tral e Oeste. Nestes locais, que incluem bairros como Paulo Gomes Romeo, Jardim Paiva e Jardim Jandaia, a pequena quantidade de vegetação é uma realidade que precisa ser revista. Para o secretário municipal do Meio Ambiente, Otávio Okano, a redistribuição do plantio para as regiões onde existe carência de verde é uma das prioridades da sua pasta.

Nos últimos 18 meses, foram plantadas no município – zonas rural e urbana – 91.400 árvores, ou seja, uma média diária de 169 mudas

Um trabalho que, segundo ele, inclui destinar as compensa­ções feitas pela empresas e par­ticulares que arrancam uma ou mais árvores, para estes locais. “Estamos priorizando o replan­tio para locais onde a expansão imobiliária tem acontecido com muita intensidade e rapidez”, explica Otávio Okano. Um dos empreendimentos imobiliários onde a secretaria, em conjunto com o construtor, está desen­volvendo este tipo de ação é o residencial Vida Nova Ribeirão, da Construtora Pacaembu, lo­calizado às margens da Rodovia Alexandre Balbo (SP-328).

Lá, além da compensação ambiental em função da retira­da de árvores para a construção das 6.991 residências, o empre­endedor terá de arborizar todo o bairro e destinar 20% da área para a construção de um parque ecológico, como determina a legislação municipal. Também terá de fazer a proteção de uma nascente existente no entor­no do bairro. Considerando a média de quatro pessoas por residência, a população do con­junto, quando concluído, será superior a da cidade de Bro­dowski: 24.090 habitantes.

O estudo, contudo, faz ressalvas em relação à distribuição do plantio nas diferentes regiões da cidade e em vias públicas, principalmente nas áreas Central e Oeste

Vice-presidente da Comis­são Permanente do Meio Am­biente da Câmara Municipal, o vereador Marcos Papa (Rede) cobra o plantio de árvores de forma mais homogênea na ci­dade. Segundo ele, existem aglo­merados verdes, como o Morro do Mosteiro São Bento, a Mata de Santa Tereza e o campus da USP que são decisivos para o aumento do índice de cobertura arbórea. Contudo, em bairros como o Jardim Jandaia a falta de árvores faz a temperatura no bairro ser, em média, três graus acima de outras regiões.

“Ribeirão Preto tem um ex­celente Plano Diretor de Arbo­rização Urbana elaborado por técnicos competentes, mas ele precisa sair do papel”, afirma o parlamentar que já conversou com o secretário do Meio Am­biente sobre o assunto. “Ele se mostrou interessado e receptivo em implementá-lo integralmen­te”, completa

Segundo Papa, aglomerados verdes como a Mata de Santa Tereza (foto), Morro do São bento e campus da USP são decisivos para o aumento do índice de cobertura arbórea

Fiscalização
Apesar da quantidade de ár­vores plantadas significar motivo de entusiasmo para os técnicos do setor, o secretário do Meio Ambiente admite que nem todas as mudas plantadas conseguirão crescer. Isto porque, além do plan­tio é preciso realizar a manutenção permanente das espécies até que elas cresçam. “No caso das com­pensações ambientais e nos plan­tios feitos em grande quantidade, os empreendedores são obrigados a realizar a manutenção durante três anos”, explica Okano. Além de serem fiscalizados periodica­mente, são obrigados a apresentar relatórios periódicos sobre os procedimentos de preservação que estão sendo realizados.

As leis municipais de poda e extração
Duas leis de autoria da Câmara de Ribeirão Preto regulamentam a poda e a extração de árvores no município. A primeira, de autoria do vereador Marcos Papa (Rede), aprovada em 2015, regulamenta um trecho Código Municipal do Meio Ambiente. Ela exige que todo profissional ou empresa do setor que for realizar a poda de uma árvore precisa obrigatoriamente ter um curso sobre o assunto, ofere­cido pela secretaria Municipal do Meio Ambiente. Além disso, se for um trabalhador do setor, como jardineiro, precisa estar identificado com um crachá.

A segunda lei, de autoria do vereador Alessandro Maraca (MDB), que recentemente foi considerada constitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), obriga que a compen­sação (plantio) de árvores seja feita antes do corte autorizado pelo município. A lei atinge extrações acima de 20 árvores. O Executivo tinha entrado com ação direta de inconstitucio­nalidade (Adin) mas os desem­bargadores não acataram a solicitação.

O que a Secretaria de Meio Ambiente faz
Pedido de extração de árvores
Funcionário vai até o local e faz um exame das condições da árvore para autorização ou não da extração. No caso de risco eminente de queda é concedida a autorização com a obrigatorieda­de de replantio de outra árvore.

Como agir para não cometer uma infração
O interessado deve fazer uma solicitação junto a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e aguardar a resposta. Quando a extração ou poda é autorizada, mas a árvore está plantada na calçada a Coordenadoria de Limpeza Urbana faz a extração ou a poda.

O que fazer na hora de plan­tar uma árvore
Escolher uma espécie adequada (nativa) para ser plantada na calçada. O plantio deve ser feito em um espaço de dois metros por um metro para que ela consiga se desenvolver e não comprometer a calçada.

Espécies inadequadas para o plantio
Sibipiruna, flamboyant e sete copas não devem ser plantadas em calçadas. Nos últimos anos foi detectado o aumento do plantio da espécie Oitis (arvore exótica) nas calçadas o que também não é recomendável. O plantio de árvores sob as linhas de alta tensão também não deve ser feito.

Total de árvores plantadas em RP
De janeiro de 2017 a junho de 2018
91.400 mudas através de com­pensação ambiental
73.216 mudas na Estação Eco­lógica do Guarani na zona leste
32.728 mudas doadas pelo Horto Municipal
(Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente)

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