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28 de março de 2024 | 6:54
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Cultura

Show de humor traz quinteto a RP

Após um hiato de quase 20 anos, o “5 x Comédia”, uma das grandes sensações do te­atro brasileiro da década de 1990 – concebido por Sylvia Gardenberg, produzido pela Dueto e visto por mais de 450 mil espectadores –, vol­tou repaginado em 2016 com temporadas de sucesso no Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belém (PA), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP). A nova mon­tagem, dirigida por Monique Gardenberg e Hamilton Vaz Pereira, agora chega a Ribei­rão Preto, onde ficará em car­taz no Theatro Pedro II, no primeiro final de semana de fevereiro, com cinco esquetes escritos e interpretados por alguns dos mais incensados nomes do humor e da nova dramaturgia do país.

O Theatro Pedro II fica na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. No sábado, 3 de fevereiro, a sessão terá início às 21 horas, e no domingo, dia 4, começa às 19 horas. O espetáculo não é recomendado para menores de 14 anos. O espaço tem ca­pacidade para receber 1.588 pessoas, mas parte foi inter­ditada em 2016 pelo Corpo de Bombeiros por causa da altura do parapeito – hoje aceita até 1.300 espectadores. O telefone para mais infor­mações é (16) 3977-8111.

Os ingressos estão à ven­da no site www.ingressora­pido.com.br – na bilheteria do Pedro II a partir de 23 de janeiro. Custam R$ 100 (pla­teia A), R$ 80 (plateia B e balcão nobre), R$ 40 (balcão simples) e R$ 20 (galeria). A meia-entrada para estudan­tes e professores de escolas públicas e particulares (me­diante apresentação de docu­mento comprobatório como carteirinha da instituição, boleto de mensalidade ou ho­lerite), aposentados (com do­cumento específico) e idosos acima de 60 anos (com cédu­la de identidade, o RG) custa R$ 50, R$ 40, R$ 20 e R$ 10, respectivamente.

Nesta versão do século XXI, Bruno Mazzeo, Debora Lamm, Fabiula Nascimento e Thalita Carauta têm a in­cumbência de dar vida aos personagens criados, respec­tivamente, por Antonio Pra­ta, Julia Spadaccini, Jô Bilac e Pedro Kosovski. A novidade da segunda excursão da nova temporada fica por conta da entrada do ator Luis Miranda – que interpretará um texto de sua própria autoria –, no lugar de Lucio Mauro Filho.

O espetáculo tem cenário de Daniela Thomas e Camila Schmidt, iluminação de Ma­neco Quinderé e figurino de Cassio Brasil. A BB Segurida­de, empresa que concentra as operações de seguros, previ­dência, capitalização e planos odontológicos do Banco do Brasil, apresenta e patrocina o projeto.

Cinco, mais uma vez
Percebendo-se ultrapassa­da pelas princesas contempo­râneas, uma Branca de Neve à base de rivotril lê Simone de Beauvoir na tentativa de cons­truir uma nova mulher. Vinda da França para uma palestra sobre sofisticação e elegância, uma impagável e afetada socia­lite dá dicas de lugares, moda, comidas e drinks para um gru­po seleto de convidados. Um pai de primeira viagem recorre a medidas extremas após me­ses de privação de sono e pre­cisa se explicar na delegacia. Enquanto aproveita mais um teste de elenco para filar um lanche, uma figurante sem no­ção tira o diretor do sério. In­dignada com a maneira como o pet shop elege os bichos da vitrine, uma arara tem um ar­roubo de ódio direcionado so­bretudo a um poodle queen

Marco do teatro carioca dos anos 1990, o espetáculo “5 x Co­média” está de volta pelas mãos de Hamilton Vaz Pereira, dire­tor-geral das três versões ante­riores, e Monique Gardenberg, produtora da montagem origi­nal. Dezessete anos depois da última encenação, uma nova geração entra em cena: Antonio Prata, Jô Bilac, Julia Spadaccini e Pedro Kosovski são os autores dos textos interpretados, respec­tivamente, por Bruno Mazzeo, Fabiula Nascimento, Debora Lamm e Thalita Carauta, en­quanto Luis Miranda apresenta um esquete de sua própria auto­ria. Desta vez, Hamilton e Mo­nique dirigem juntos os cinco esquetes.

Assistidas por mais de 450 mil pessoas em dezenas de ci­dades brasileiras, as versões de 1993, 1995 e 1999 celebriza­ram-se por fichas técnicas cujas vidas se entrelaçavam desde a década de 1970, ora no grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone – capitaneado, não por acaso, por Hamilton –, ora no programa “TV Pirata”, que foi ao ar na Rede Globo de 1988 a 1990 e voltou à grade em 1992. Os quadros e os atores foram se revezando nos palcos. Quinze quadros. Doze atores: Andréa Beltrão, Denise Fraga, Diogo Vilela, Pedro Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, Débora Bloch, Fernanda Torres, Miguel Magno, Cláudia Raia, Patrycia Travassos, Evandro Mesquita, Totia Meireles.

Bruno Mazzeo fala da ale­gria que é participar de um projeto que sempre teve como referência: “O ‘5 x Comédia’ foi montado por pessoas que fize­ram a minha cabeça desde sem­pre. Quando Monique ligou eu topei mesmo sem saber o que era, porque trabalhar com ela já era desejo antigo. Quando soube o que era, meus olhos brilharam. Dividir o palco com amigos queridos e parceiros de outros carnavais, trazendo de volta um espetáculo que marcou uma ge­ração, e poder mostrá-lo para as novas gerações é um dos pontos mais charmosos da minha car­reira até agora.”

Debora Lamm, que se lembra de sair de uma sessão de “5 x Comédia” no Canecão com as bochechas doendo de tanto rir, ressalta que a união entre os atores faz a força nes­ta nova versão, assim como no passado. “Nós também somos uma turma, já traba­lhamos juntos diversas vezes e temos uma afinidade, que é justamente o que faz com que continuemos trabalhan­do juntos”, avalia. Destacan­do que é a primeira vez que os cinco se reúnem no teatro, Fabiula Nascimento conti­nua: “A gente se admira artis­ticamente e na vida, por isso somos amigos há dez anos e o seremos por 20, 30, 40.”

Unidos esteticamente pelo cenário de Daniela Thomas e Camila Schmidt, pela luz de Maneco Quinderé e pelo figu­rino de Cassio Brasil, os cinco quadros também dialogam no que trazem de mais atual. Temas e citações se repetem aqui e ali: o novo feminismo, a intolerância que borra os limites entre civili­dade e barbárie, o desenho ani­mado “Peppa Pig”, as corruptelas da vez – caso do ubíquo “miga”: “Miga, cê tá bem?”, pergunta a Branca e Neve do esquete de Ju­lia Spadaccini ao encontrar Alice deprimida na cama.

Desde que o espetáculo foi idealizado – e apresentado em apenas três sessões na primeira encenação, para comemorar os cinco anos do Centro Cul­tural Banco do Brasil (CCBB) –, onze autores passaram pelo programa: Luis Fernando Ve­rissimo, Mauro Rasi, Vicente Pereira, Pedro Cardoso, Ha­milton Vaz Pereira, Miguel Magno, Ricardo Almeida, Feli­pe Pinheiro, Miguel Falabella, Patrycia Travassos, Regiana Antonini. Na lista de diretores dos esquetes até agora estavam Hamilton, Mauro Rasi, Mar­cus Alvisi, Pedro Cardoso, Mi­guel Magno, Miguel Falabella e Regiana Antonini.

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