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19 de abril de 2024 | 8:33
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Política

STF vai decidir sobre desmembramento do ‘quadrilhão do PMDB’

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu remeter ao ple­nário da Corte as considerações do presidente Michel Temer sobre o desmembramento das investigações do “quadrilhão do PMDB da Câmara” – os advoga­dos do presidente alertam para os riscos de a defesa de Temer ficar comprometida com o pros­seguimento das investigações em relação a outros acusados.

Os recursos do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB­-RJ) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que pedem a suspensão das investi­gações, também serão analisados pelos 11 ministros do tribunal. Ainda não foi marcado o julga­mento desses recursos.

Fachin ainda fixou um prazo de cinco dias para que a procura­dora-geral da República, Raquel Dodge, se manifeste sobre os pe­didos de Cunha e Geddel Vieira Lima, que não só questionam o envio à Justiça Federal do Paraná da investigação, como querem a suspensão do andamento da de­núncia apresentada contra eles, com base na decisão da Câmara dos Deputados de barrar o pros­seguimento em relação a Michel Temer e os ministros Eliseu Padi­lha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República).

Para a defesa do presidente Michel Temer, a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, conforme determinado por Fachin, gera o “risco de ocorrer colheita de pro­va sem a participação” das defesas de Temer e seus ministros. Para os advogados do presidente, “a própria produção probatória po­derá constituir irreparável preju­ízo àqueles que dela não tenham podido participar, porque a acu­sação contra eles permanecerá suspensa”.

Fachin decidiu enviar ao juiz federal Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a parte da denúncia pelo suposto crime de organização criminosa que se refere ao restante do núcleo político do PMDB da Câmara – Cunha, Geddel Vieira Lima, o ex­-ministro Henrique Eduardo Al­ves (PMDB-RN) e o ex-assessor especial da presidência Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

Já a parte da denúncia que trata do crime de obstrução à investigação de organização cri­minosa, com relação aos execu­tivos Joesley Mendonça Batista e Ricardo Saud, será encaminhada à Justiça Federal em Brasília.

“A mesma decisão [pelo desmembramento das inves­tigações] foi alvo de inúmeros agravos regimentais interpos­tos por outros investigados diretamente afetados em suas situações jurídicas pela deter­minação de desmembramento e de remessa aos juízos federais de Curitiba e Brasília, moti­vo pelo qual as considerações tecidas pela defesa de Michel Miguel Elias Temer Lulia serão objeto de análise por ocasião do julgamento desses recursos, na ambiência própria, qual seja, o Pleno deste e. Tribunal”, disse Fachin, em decisão assinada na última quinta-feira, 16.

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