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20 de abril de 2024 | 8:12
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Um rio chamado Pardo

Nascido de um pequeno olho de água límpida e cristalina na Serra do Cervo. Município de Ipiunas no Estado de Minas Gerais, o rio Pardo percorre cerca de 573 quilômetros, ou seja tem uma extensão de rios famosos como o rio Sena na França e o rio Tâmisa na Inglaterra.

Atravessando a região Noroeste do Estado de São Paulo, desagua no rio Grande, na cidade de Colômbia, proximidade de Barretos.

Direta ou indiretamente o rio Pardo banha doze municípios mineiros e trinta e oito municípios paulistas, propiciando, a cada quilômetro percorrido, uma visão cênica bonita e por que não harmoniosa da convivência dos recursos naturais com o homem quando e onde as regras da natureza foram respeitadas!

No passado o rio Pardo fertilizava e agora tenta fertilizar, por meio de sua extensa malha de afluentes e contribuintes, os solos mais férteis de nossa “Terra Brasilis”: os latossolos de terra roxa que possibilitaram a hegemonia regional do ciclo econômico do café, nas décadas de vinte e trinta do século passado, atualmente também a maior produção e produtividade do ciclo sucro-alcooleiro.

Assim, é que a região de Ribeirão Preto, hoje denominada, com muito orgulho, de Regiâo Metropolitana de Ribeirão Preto, está entre as dez regiões econômicas do país que ostentam a maior “renda per capita” de nossa “Terra Brasilis”!

Após este prólogo, mais histórico do que jornalístico, vamos ao subtítulo que é o real objetivo desta crônícasabatina

PARDO: UM RIO LUTA CONTRA O AFOGAMENTO!
Em décadas passadas, contam os antigos moradores, o Pardo era um rio cheio de vida, limpo e muito viscoso. Atualmente o que se presencia é a deterioração lenta e agressiva de suas águas por meio da deposição final “in natura” de esgotos clandestinos, sejam domésticos, industriais ou produzidos em propriedades ribeirinhas, uso abusivo e indiscriminado de agrotóxicos nas áreas agriculturáveis que o margeiam, carregando estes venenos para sua calha, determinando um decréscimo significativo e cruel a flora e faunas aquáticas nativas e matas ciliaresda região.

O modelo do desenvolvimento econômico-social regional, buscou, cada vez mais a produção, o lucro e o desflorestamento de suas margens. Hoje, com uma mata ciliar mínima, é um rio intensamente assoreado, o que no passado causava transbordamentos e inundações saudáveis em terrenos baixos e várzeas, hoje desapareceram demonstrando o rebaixamento do seu leito.

A falta de conscientização ambiental dos usuários, clubes recreativos, ranchos e pesqueiros, tentaram transformar o leito do Pardo em um grande depósito de materiais descartáveis e outros produtos finais do lixo de uma população crescente e insensível á conservação deste importante patrimônio natural. As coisas começaram a mudar há mais de duas décadas quando da criação dos comitês de bacia do Rio Pardo, e porque não de outros importantes rios!

Com a palavra você leitor(a) que gostaria de ver um progresso sustentável da região…

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