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28 de março de 2024 | 17:43
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53% das crianças brasileiras vivem na miséria!

É um dado, a princípio, assustador: 53% das crianças brasileiras sobrevivem em plena miséria. Estudo recente, da Fundação Abrinq, constatou: 40% das crianças brasileiras estão em situação de pobreza. Consideram-se pobres, nessa avaliação, todas as famílias que ganham menos de meio salário mínimo por mês.

Então, se a família ganhar mais de meio salário mínimo, já não é pobre. Assim, uma família que recebe 500 reais não é pobre. Já segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 17 milhões de jovens estão em situação de pobreza. Somando-se, portanto, os pobres e os de extrema pobreza, a conclusão é óbvia: 53% das crianças, no Brasil, vivem (sou sobrevivem…) em plena miséria.

O IBGE é um instituto oficial digno, até prova em contrário, de total credibilidade. Daí vem a minha indagação: quem está se mexendo para mudar essa realidade no Brasil? É triste falar, mas quando a população se revolta contra a classe dirigente, contra a classe política, ela tem razão! Quem atenta para essa situação gravíssima representada por um país com 53% de crianças sobrevivendo na miséria?

A minha cidade, Ribeirão Preto, uma das mais ricas do estado de São Paulo, tem hoje 90 favelas! Nem é bom falar quantas favelas têm na cidade de São Paulo. E esse pessoal favelado, bem como mais da metade dos brasileiros, não tem rede de esgoto nas suas casas, não tem privada, não tem água tratada! Agora, vamos ver como está a situação em Brasília: será que lá tem gente preocupada com isso ou houve uma acomodação?

No ano que vem, conforme prevê o calendário oriental, haverá eleições. E eu me indagava com os meus botões: quais serão, mais uma vez, os mais votados? Não tive dúvida em me responder: “voto em branco, voto anulado e, sobretudo, eleitor que não vai votar por não acreditar ou não estar preparado para as eleições.”

Para o povo se preparar, votar conscientemente, ele precisa de líderes. E onde estão os líderes? Quem quer participar da política? Hoje a política é considerada coisa suja. O Papa Francisco, falando sobre política, foi muito objetivo ao ser indagado por que havia tanta corrupção e violência no Brasil e o que seria possível fazer para mudar tudo isso: “Ingressem na política porque a política, quando feita com honestidade, com capacidade, é a maior prova de amor ao próximo.”

Reiterei, em pronunciamento recente na Assembleia Legislativa (Alesp), um apelo aos eleitores brasileiros para procurarem, ao destinar seu voto, candidatos dotados de quatro qualidades básicas: honestidade, capacidade, idealismo e coragem. Não basta, portanto, ser honesto e não ser capaz ou ser idealista e não tiver coragem para enfrentar os desafios inerentes ao cargo disputado. São qualidades, enfim, essenciais e capazes de contribuir para mudar esse triste quadro representado, lamentavelmente, por 53% das nossas crianças vivendo em condições sub-humanas…

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