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20 de abril de 2024 | 12:00
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A capital econômica da Alemanha

Quando os romanos chegaram à atual colina da catedral, em Frankfurt, observaram um terreno pantanoso, formado pelos vários meandros do Rio Meno. Era o início do primeiro século da era cristã e não foram os primeiros a ali pisar, pois celtas e germânicos já tinham se estabelecido na região. Permaneceram no território, em lutas constantes com os povos germânicos (chamamos de alemães devido a um grupo de tribos muito belicosas, os “alamanos”) até o século 5, quando o império ruiu.

Seguiu-se uma grande migração de francos, que levaram a religião católica para a região, que viria a se tornar importante parte do Sacro Império Romano Germânico. O Imperador Carlos Magno chegou a construir um castelo na cidade, onde, de 1562 a 1792, eram eleitos e coroados os imperadores alemães. Diz a lenda que a fonte medieval, até hoje funcionando no centro de Frankfurt , vertia o bom vinho alemão em vez de água durante um dia todo quando da coroação do imperador. Frankfurt, portanto, era a sede do império.

A cidade foi severamente bombardeada pelas tropas napoleô­nicas, que a ocuparam. Com a queda de Napoleão, o Congresso de Viena restabeleceu-a como cidade livre da Confederação Germâ­nica. Em 1848, Frankfurt tornou-se a sede do primeiro Parlamento alemão livremente eleito e elaborou a primeira Constituição alemã, que previa o Rei da Prússia como soberano.
Na Segunda Guerra Mundial a cidade sofreu intenso bombardeio, com inúmeras mortes e destruição de seu centro histórico. Tomada pelos aliados, passou a integrar a zona de ocupação americana e a sediar o Governo Militar desta zona e sede do Alto Comissionariado da ONU.

Hoje, Frankfurt é a capital econômica da Alemanha e com o Brexit, quer tomar de Londres o lugar de capital financeira da União Europeia. É sede dos Bancos Centrais Alemão e Europeu, além de outras instituições financeiras particulares. Seus 700 mil habitantes vivem confortavelmente ao lado do Rio Meno, agora retificado e cercado por um dos mais bonitos parques horizontais da Europa. De manhã, é muito agradável ver corredores, caminhantes, mães com crianças e idosos tomando sol numa comunidade alegre e feliz ao lado do rio que corre devagar e sereno.

Seu centro histórico, Römmer (“romanos”), conserva o palácio de Carlos Magno, onde hoje é a prefeitura e vários prédios remanescentes, cercados de restaurantes. Ao lado, ancoradouros recebem turistas para passeio no Meno, tudo sob a grande torre da catedral medieval, que guar­da grandes tesouros artísticos. Nestes passeios, pode-se chegar à charmosa vizinha Mainz, onde, em 1430, Gutemberg inventou a imprensa.

A cidade atravessa o rio e continua do outro lado, onde se des­taca o bairro de Sachsenhausen, que parece uma aldeia antiga, com suas ruas calçadas de paralelepípedos e cheias de restaurantes, lojas e galerias de arte. Ali se encontra também o Museu Stäedel, com seu precioso acervo.

Além de centro financeiro, tem um comércio dinâmico e moderno, e um centro universitário de primeira linha. Tradição da cidade, a Feira de Frankfurt, existente desde os tempos medievais, tem hoje moderno centro de eventos correspondente a uns quinze Anhembis. Nele, é realizado a cada dois anos o Salão Internacional de Automóveis, o maior de todos (Paris e Frankfurt se revezam anualmente como sede do evento).

Com todo este progresso, a cidade mantém suas feiras de vinhos e alimentos, encontradas diariamente no centro e onde, junto com o alemão comum, podemos nos deliciar com a gastronomia e a enologia alemãs.

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