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16 de abril de 2024 | 12:25
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Comércio de Natal – À espera do consumidor

Fernanda Cardoso é casada, mãe de dois filhos – uma menina de sete anos e um bebê de três me­ses – e, na última semana, percor­ria as lojas do Centro de Ribeirão Preto em busca de presentes para os filhos, o marido e para seus familiares que moram em Uauá, cidade com 24 mil habitantes no interior do estado da Bahia.

Movimento em lojas – Expectativa é de faturamento de R$ 770 milhões neste final de ano

A principal preocupação era a escolha de um presente para sua mãe, que ela irá rever depois de um ano, nas festas natalinas. Junto com o marido, Fernanda também irá aproveitar a viagem para apresentar aos familiares baianos o mais novo integrante do clã: Theo, o filho recém-nas­cido. Também levará para eles mais de dez presentes, entre eles, o que considera mais especial: um jogo de panelas para a mãe.

Fernanda Cardoso – Presente especial para a mãe que mora na Bahia

Como Fernanda, outras mi­lhares de pessoas percorrem, nesta época do ano, as lojas de Ribeirão Preto em busca de um presente, ou de uma simples lembrança, para os amigos e familiares. O ob­jetivo é materializar o sentimento que tem por estas pessoas. Por conta deste visível e crescente mo­vimento as entidades do setor já fazem estimativas e tentam conta­bilizar o que o comércio irá faturar neste final de ano.

Segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Ribei­rão Preto (Sincovarp) a tendência de crescimento das vendas e, por conseqüência do faturamento, pode ser medido na contratação de trabalhadores temporários. Em outubro, mês que iniciou o último trimestre do ano e deu início às principais datas sazonais, pesquisa sobre o movimento do comércio, realizada por aquele Sindicato mostrou crescimento no número de postos de trabalho. O índice positivo foi de 0,25% e os setores que mais empregaram foram os de eletrodomésticos (1,82%) e te­cidos/enxoval (0,45%).

Aline Ramos – Já gastou R$ 600,00 em compras neste final de ano

Outro dado que, segundo o Sincovarp, que ajuda a compre­ender a expectativa do setor é o fato dos trabalhadores já terem recebido a primeira parcela do décimo terceiro e estarem uti­lizando o dinheiro extra para pagar contas e fazer as compras de Natal, principalmente os pre­sentes das crianças.

Estudo da Associação Co­mercial e Industrial de Ribeirão de Preto (ACIRP) estima que serão injetados na economia local um montante de R$ 770 milhões de reais, já descontado o imposto de renda. Este valor é composto por R$ 601 milhões, provenientes de salários de trabalhadores ativos e R$ 169 milhões de aposentado­rias e pensões.

A boleira Aline Ramos é um exemplo de que estes números devem ser atingidos. Moradora no bairro José Sampaio, Zona Oeste de Ribeirão Preto, ela tem visitado com freqüência as lojas do Centro de Ribeirão Preto, em busca dos presentes para os dois filhos, Kamilly de 8 anos, Brenno de 6 e Maria Eduarda, que deve nascer no começo do mês de Ja­neiro. “Esta é a terceira vez que venho ao Centro da cidade esco­lher os presentes, principalmente para a minha filha que nascerá daqui a algumas semanas”, conta Aline. Entre as últimas peças para o enxoval de Maria Eduarda e as lembranças de Natal ela já gastou mais de R$ 600.

Para o economista da Asso­ciação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, Gabriel Couto, se comparado aos anos anteriores, 2018 apresentou condições mais favoráveis na economia. “Já houve alguma recuperação no emprego, a economia voltou a crescer, e a inflação e a taxa de juros seguem baixas. Apesar de ainda haver um longo caminho pela frente na re­tomada econômica, o cenário já é mais favorável”, garante.

Por estas razões ele acredita que a expectativa é de crescimento nas vendas para o fim de 2018, em relação a períodos equivalentes de anos anteriores. “Soma-se a isso a definição do cenário eleitoral, que reduziu incertezas relevan­tes para empresários e consumi­dores. Ainda assim, em razão do grande número de desempre­gados existente, não devemos esperar resultados tão positivos quanto o observado no período pré-crise”, completa.

Inadimplência ainda persiste
Apesar da expectativa positi­va, dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito – Boa Vista, revelam que, em Ribeirão Preto, o Indicador de Registros de Inadimplentes aumentou 0,7%, na comparação mensal de outubro, contra o mês anterior, de acordo com os dados da Boa Vista SCPC.

No resultado acumulado, a inadim­plência cresceu 2,8%, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador elevou 1,5%. Já o indicador de recuperação de crédito, por sua vez, caiu 0,4%, na comparação mensal de outubro contra o mês anterior. Já no valor acumulado, a recuperação obteve queda de 1,4%, enquanto na varia­ção interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador caiu 0,3%.

O indicador de registro de inadim­plência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas. Já o indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir das exclusões de registros informadas à Boa Vista SCPC pelas empresas credoras.

Principais dúvidas sobre as dívidas
Um dos assuntos que causam muitas dúvidas para os consu­midores diz respeito às dívidas e suas conseqüências. A seguir respostas para as principais delas.

Prazo máximo da negativa­ção do nome
O prazo máximo que o nome pode ficar sujo por causa de uma dívida é cinco anos. Após esse período o nome não fica mais negativado, porém, a dívida continua existindo.

Devedor precisa ser avisado antes da negativação
Antes de o credor negativar o nome de alguém, os órgãos de proteção ao crédito precisam notificar quem está devendo, desta possibilidade. Como muitas vezes o devedor não é localizado pelo credor ele acaba sendo negativado à revelia.

Cartão de crédito feito antes do nome ser negativado
O banco não pode cortar um serviço contratado e nem alterar parte do contrato sem avisar o cliente com antecedência. Isso significa que, mesmo negativado, a pessoa que já tinha cartão não pode ser prejudica­da por causa da dívida. Entretanto, este devedor passa a ter mais dificuldade para conseguir novos financiamento ou outros cartões.

Bancos podem negar crédito para quem teve nome nega­tivado
O banco, ou outra instituição fi­nanceira, pode recusar crédito e alegar histórico de mau pagador, mas isso tende a diminuir com o tempo em que ele deixou de ser negativado.

Herdar dívidas dos pais
O que pode acontecer é uma dívida atingir os herdeiros, em caso de bens, ou dinheiro, deixa­do aos familiares. Se o valor da dívida for superior ao valor dos bens, a diferença não tem que ser bancada pelos herdeiros. Dívidas trabalhistas, ou bens dados em garantia, também atingem os herdeiros.

Transferência de nome nega­tivado
Toda dívida está relacionada diretamente ao CPF do devedor. Portanto, ela é exclusiva da pes­soa que ficou endividada, sendo intransferível.

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