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28 de março de 2024 | 15:08
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A ética e os direitos da pessoa humana!

A pessoa humana tem direitos, que nem sempre são respeitados, o que gera violência, dissabores e até divisões nas famílias. A ética no exercício da cidadania visa resgatar o respeito a esses direitos.

A pessoa humana tem o direito de nascer, enquanto tantos promovem o aborto, o abandono, a concepção acidental, por acaso, num baile Funk. Quantas mães matam a possibilidade de seus filhos nascerem por medo de preconceitos de tornarem-se mães solteiras. É engraçado que nunca se fala em mãe casada. Mãe é mãe. Quantas crianças nascem em mundos desuma­nos, em condições de extrema miséria?

A pessoa humana tem o direito a um nome. Este nome implica em ter uma família, em pertencer a uma família. Família que tenha uma moradia digna. Quando olhamos para os conjuntos habitacionais de nosso país, ficamos indig­nados com as condições que são impostas ao povo, a viver dignamente em seu lar. Que lar é esse, que mais parece uma minúscula gaiola de passarinhos?

E aqueles que constroem seus casebres sobre lixões e favelas, se abrigam debaixo das pontes, dos viadutos, às portas das lojas nas noites frias de nossas metrópoles? Além da Família que dê nome à pessoa, há o direito à saúde básica. Que saúde necessita uma pessoa para crescer dignamente? A saúde de nos­sos dias? Quanta preocupação em distribuir preservativos (é justo que haja prevenção) e quanta falta de remédios básicos em nossos postos de saúde!

Quanta falta de vontade em determinados atendimentos… quando a pessoa aparece melhor vestida ou recomendada por alguém influente, a atenção acontece; quando chega cheirando à pobreza extrema, é tratada na maioria das vezes a gritos e pontapés, esperando horas intermináveis nas filas e nos corredores…

A pessoa humana tem o direito de crescer. O crescimento exige uma aperfeiçoada educação básica. De que educação podemos falar em nosso país? Professores mal pagos; famílias indiferentes à educação e ausentes das escolas; tráfico de drogas desde o ensino fundamental; meninos armados, matando por causa de apelidos. Escolas mal cuidadas, sujas e sem recursos suficientes para manterem-se pelo menos inteiras.

A Pessoa tem direito a trabalho. Como crescerá uma pessoa sem pers­pectivas e de realização profissional? Quais são as oportunidades dadas à Pessoa Humana em nosso país? O crime organizado, o consumo, o tráfico e a avalanche de corrupção e suborno são perspectivas para nossos jovens? E os 14 milhões de desempregados? Os que já desistiram de procurar empre­go, ao invés de oportunidades para sua realização pessoal neste mundo tão desigual e injusto.

A pessoa humana tem o direito de relacionar-se com outros. Que tipos de relações a mídia impõe à sociedade, senão o individualismo, ao lado do hedonis­mo que visa simplesmente o prazer pelo prazer, como é o caso das pulseiras do sexo, por exemplo. O mundo mágico da Internet individualizou as relações entre as pessoas, que perderam a criatividade de relação simples, afetiva, amorosa, desinteressada e que se preocupe com o bem-estar dos outros.

O que esperamos num próximo pós-pandemia, enquanto relaciona­mentos humanos? Será que ainda saberemos conversar olhando nos olhos uns dos outros? Como será nosso abraço? Temo, embora esperançoso de que sairemos melhores dessa crise, que robusteçamos uma irrecuperável “cultura de sobrevivência”.

Se de um lado a pandemia descortinou uma solidariedade magnífica de tantas pessoas de boa vontade, de outro lado desnudou a drástica desigualdade entre pessoas que se dizem irmãos, patriotas de uma Pátria Amada tão rica como é o Brasil. Há uma previsão de um aumento de R$ 69,00 para o salário mínimo no próximo ano. Os preços de alimentação estão “pela hora da morte”.

Gás, combustível, alugueis, energia elétrica, mensalidades aqui e acolá e impostos, os mais caros do mundo não são pagos com salários de miséria. Costumo pensar que quando se encurta uma calça, o corte sempre é em baixo, jamais na cintura. Enfim, quem mais sofre e é castigado, são os que honestamente tentam cumprir com seus deveres, sem muitas vezes usufruírem justamente de seus direitos. Por isso é necessário que busquemos na ética uma via possível para resgatar os direitos e a dignidade verdadeiramente humana!

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