19 de abril de 2024 | 0:26
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A Neurociência do Treinamento Cerebral (1)

Treinamento cognitivo, também conhecido como treinamento cerebral ou treinamento mental, refere-se às atividades responsáveis por fazer as pessoas mais inteligentes e brilhantes, bem como, de melhores raciocínio, solução de problemas e de aprendizagem. Muitos dos atuais programas que trabalham com os mesmos visam o desenvolvimento de atividades cognitivas básicas, tais como, a atenção (habilidade para atender seletivamente informações relevan­tes), a memória de trabalho (habilidade para mentalmente focar pensamentos relevantes) ou funções executivas (o conjunto de processos envolvidos no con­trole e regulação do pensamento e ação). O foco desses processos? Originarem-se da existência de limites reais nas capacidades dos mesmos, os quais diferem de indivíduo para indivíduo, bem como, são necessários para comportamentos complexos e inteligentes, além de serem altamente correlacionados a diferenças individuais na inteligência, no desempenho acadêmico e nos desfechos da vida.

Nos últimos anos, muitos programas de treinamento cognitivo têm feito uso de tarefas original­mente criadas para ajudar o ser humano a entender tais processos. Dado sua importância, não surpreende que pesquisadores venham demonstrando interesse no potencial que estes apresentam para a maleabilidade ou melhora­mento do indivíduo e dos processos. Embora questões de como estes operem ainda não sejam completamente esclarecidas, é sabido que o córtex pré-frontal é a região cerebral primária associadas a eles.

De modo similar, mas não computadorizado, outras tarefas foram usadas visando enriquecer a atenção e a memória. Como? Com intervenções incorporan­do esses processos básicos em outras atividades, tais como, em jogos e ferramentas da mente, ocasionando que atividades mais complexas, concebidas capazes de transferir o mesmo mecanismo para habilidades similares ao raciocínio, sejam, algumas vezes, incorporadas a tais treinamentos, Um exemplo? As atividades demandantes de soluções de problemas. Por adição, as atividades desenvolvidas especificamente para enriquecer a cognição, algumas vezes denominadas de atividades complementares, como videogames, dança e música, entre outras, são usadas para enriquecer a habilidade de raciocínio e de solução de problemas.

É conhecido que a prática, em qualquer uma das atividades supramenciona­das, leva a uma melhoria em seu desempenho, mas, pergunta-se: “Em que exten­são esses melhoramentos importam para outras atividades não treinadas?” Para algumas delas, podemos admitir que a prática se transfere para outras situações. Um exemplo? Pense em um jogador de basquete, levantador e arremessador de pesos, que não só melhora nessas atividades básicas como também se torna um melhor jogador de basquete. Todavia, deve ficar claro que a prática necessária para usufruir do benefício constante deve ser mantida.

Por outro lado, o grau em que melhoramentos baseados na prática se transferem para outras tarefas cognitivas, é,todavia, um assunto controverso. Melhoramentos nas habilidades cognitivas são relevantes para uma ampla variedade de populações, desde idosos com capacidades cognitivas em declínio até pilotos de guerra que necessitam desempenharem sua capacidade máxi­ma. Adicionalmente, crianças com desordens de hiperatividade e de déficit de atenção, experenciam desde forte estresse inicial devido à pobreza, má nutrição e outros, podendo se beneficiar de intervenções cognitivas.

Assim considerando, treinamento cognitivo é relevante para qualquer um, mesmo para aqueles cujas habilidades estejam dentro da amplitude normal. Por­tanto, não nos surpreende que tantas pessoas estejam interessadas em treinamen­to mental. De fato, o interesse público nas atividades designadas à melhoria das atividades mentais básicas é, no mínimo, tão antigo quanto a tradição budista.

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