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20 de abril de 2024 | 2:27
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A origem de nossos problemas políticos (parte I)

Em outro artigo denominado “Síntese do desenvolvimento”: Porque algumas nações se desenvolveram e outras não, faço considerações sobre os três fundamentos sob quais se explicam o desenvolvimento ou a ausência dele em um país, que são; os processos históricos, aspectos culturais e os eventos políticos.

Para destoar da maioria, vamos hoje falar sobre a “Origem dos problemas políticos de nosso país”. Para tanto vamos rebus­car alguns destes fundamentos que citamos para entendermos nosso momento atual.

Um processo histórico importante na construção do Brasil se refere à forma como surgiu o país, nosso país como todos sa­bem foi colonizado em regime de exploração pelos portugueses entre 1533 à 1822, regime aliás que também contou a prática de escravidão inicialmente com povos os nativos e posteriormente com africanos.

Devido a este projeto elaborado com fins exclusivamente exploratórios, logo se investiu pouco em infraestrutura; constru­ção de portos, estradas, ferrovias, hidrovias, também não foram construídas universidades. Não se investiu nesses equipamentos públicos, pois a ideia dos colonizadores não era ficar, e tampouco gerar desenvolvimento local, o objetivo era conquistar riqueza pessoal e desenvolver a metrópole portuguesa.

Desta forma ausências destes equipamentos por sua vez fizeram muita diferença no desenvolvimento do país após sua independência que ocorreu em setembro de 1822. Não apenas o Brasil, mas todas as nações que foram colonizadas em regime de exploração levaram de 50 a 100 anos para começar a se desenvol­ver, devido justamente a ausência de infraestrutura.

Após citarmos este processo histórico vamos entender os aspectos culturais gerados por este, o primeiro aspecto cultural que pesa sobre a sociedade brasileira é o do caráter de exploração, mesmo com a proclamação da República em novembro de 1889 o regime continuou sendo o de exploração, agora exercida pelas oli­garquias e elites locais que se estabeleceram no Brasil republicano. Em suma se manteve a mesma estrutura social onde os campone­ses, os trabalhadores das cidades, os indígenas e os afro-brasileiros não eram participantes do progresso econômico, pois se pagava quanto queria pela força de trabalho o patronato da época.

Os mais humildes também não tinham acesso às universida­des, pois a democratização do ensino superior no Brasil só co­meçou a acontecer de forma democrática no início deste século XXI. Costumamos dizer que a República Velha (1889-1930) era o país dos coronéis.

O regime de exploração e a exclusão social por sua vez gerou outro aspecto cultural muito nocivo para o nosso país, “a cultura de corrupção”. Em nações de estrutura escravagista e explorató­ria a corrupção se dissemina muito rápido e abrange todo escopo social, ou seja, em todos os ambientes da sociedade esse aspecto cultural é muito perceptível.

Como uma tentativa de acabar com o regime de exploração foi criada em maio 1943 a CLT (Consolidação de Leis do Traba­lho). Essa lei foi sancionada pelo ex- Presidente Getúlio Dorneles Vargas. A CLT por sua vez foi criada para atender as reivindica­ções de organizações de trabalhadores e de correntes progressis­tas da sociedade.

A partir desse ato começou então uma luta de bastidores das correntes políticas conservadoras para retomar o poder. Essa intenção perdurou por muito tempo, mais precisamente por 21 anos. De 1943 a 1964 o país foi governado por alguns políticos de viés progressistas e trabalhistas; Vargas, Juscelino Kubistchek e João Goulart (Jango).

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