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29 de março de 2024 | 7:24
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A percepção do racismo pelas crianças

Quando e como crianças começam a perceber situações de discriminação ou precon­ceito étnico-racial? Essa é a questão que uma pesquisa na área da Psicologia da Univer­sidade Federal de São Carlos (UFSCar) quer descobrir. O estudo, intitulado “Atitudes parentais sobre a percepção de discriminação racial em crian­ças”, busca fazer um levanta­mento, via questionário online, junto aos pais de crianças para identificar exatamente as mo­tivações deles para conversar ou não com seus filhos sobre a discriminação étnico-racial.

De acordo com Juliana Almeida Rocha Domingos, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psico­logia (PPGPsi) da Univer­sidade e responsável pelo trabalho, apesar de avanços importantes na pesquisa e intervenção para prevenção do preconceito e da discrimi­nação étnico-racial, ainda há poucos estudos na Psicologia brasileira investigando o tema.

“Um dado relevante para se compreender o desenvol­vimento dessa percepção diz respeito ao perfil das famílias (de crianças brancas e negras) que conversam sobre essas si­tuações desde cedo e ao con­teúdo e forma dessas conver­sas. Estudos realizados com crianças norte-americanas têm demonstrado que o contexto familiar influencia a habilida­de das crianças de reconhecer a discriminação racial direcio­nada a elas ou a terceiros”, rela­ta a pesquisadora.

Ela considera em sua in­vestigação a maneira enco­berta como o racismo opera no Brasil e a escassez de es­tudos sobre o tema na Psi­cologia brasileira. “O estudo pretende contribuir para o avanço da pesquisa sobre de­senvolvimento sociocogniti­vo no Brasil, em especial, ao fornecer dados inéditos sobre como e com que frequência pais de crianças brancas e negras conversam com seus filhos sobre discriminação e preconceito racial. Espera­mos que esses dados possam embasar intervenções futuras voltadas para a prevenção e enfrentamento do preconcei­to e da discriminação racial junto a crianças pequenas”.

Como participar
Mães e pais de crianças de 6 a 11 anos irão responder a um questionário composto por 15 perguntas de múltipla escolha – incluindo perguntas sobre o perfil étnico-racial do respondente, de seu cônjuge e dos filhos -, e três pergun­tas abertas. O questionário está disponível em https://bit.ly/3PSaTBf. É garantido o si­gilo de todas as informações e toda a participação é online.

Educação de Ribeirão tem Centro Étnico-Racial
A Secretaria Municipal da Educação de Ri­beirão Preto possui um Centro de Referência em Educação para as Relações Étnico-Ra­ciais. O Centro fica na sede da Secretaria, e terá a sua sede própria, que está em construção.

O equipamento tem como objetivo apoiar e contribuir com as ações da rede municipal de ensino no desenvolvimento de práticas de conscientização junto às comunidades escolares em razão da discriminação étni­co-racial.

Também é responsável pelas diretrizes curriculares da Educação Municipal nas relações étnico-raciais e do ensino de His­tória e da Cultura afro-brasileira, africana e indígena e das demais etnias que formam a população ribeirão-pretana.

O Centro de Referência em Educação para as relações étnico-raciais é responsável por garantir o efetivo cumprimento do referen­cial curricular municipal, em todas as etapas e modalidades de ensino, nas questões refe­rentes às relações étnico-raciais e do ensino de História e das Culturas afro-brasileira, africanas, indígenas e das demais etnias que compõem a população ribeirão-pretana.

Também têm como meta colaborar com a adequação dos Projetos Políticos Pedagó­gicos das unidades escolares, garantir a formação continuada de docentes, gestores, equipes técnicas e demais profissionais da rede municipal de ensino, em conformidade com as diretrizes curriculares nacionais para a educação ligadas ao tema. Cabe ainda a elaboração de ações pedagógicas visando o combate às desigualdades raciais com a finalidade de combater o racismo, precon­ceito e discriminação racial nos meios de comunicação e na rede municipal de ensino.

A Rede Municipal de Educação tem 136 unidades escolares de Educação Infantil e de Ensino Fundamental e 47 mil estudantes matriculados. A pasta contudo, não soube informar quantos alunos são negros ou afrodescendentes.

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