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28 de março de 2024 | 23:39
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A quarentena não acabou

Não, a quarentena de prevenção ao contágio do novo coronaví­rus – covid-19 – não acabou. O que ocorre neste momento é uma adequação em parte do estado de São Paulo, em regiões que têm a situação razoavelmente controlada. Esta é uma informação que vem sendo repetida, por autoridades de saúde nos mais diferentes meios de comunicação de Ribeirão Preto, desde o anúncio da retomada de parte das atividades. Já na segunda-feira, 1º, quando parte do comércio foi reaberto e algumas atividades de prestação de serviço foram reiniciadas, também alertei sobre os riscos de retrocedermos à posição anterior de paralisação das atividades que tiveram a aber­tura autorizada, mesmo que com regras rígidas definidas.

Isso porque uma multidão foi às ruas de forma desorganiza­da. Imagens divulgadas pela imprensa e redes sociais mostraram que uma grande parte da população não entendeu o que é preciso fazer neste momento para que possamos retomar as atividades aos poucos, sem nos esquecermos de regras de comportamento bem definidas, em obediência às autoridades sanitárias e de saúde. Não vivemos uma situação de normalidade. Muito pelo contrário. O ris­co de contágio é ainda muito grande, caso não tomemos os devidos e necessários cuidados.

Por isso enfatizei, com a clareza que a situação requer, que não saímos da quarentena. Nós continuamos em quarentena. O distan­ciamento social deve permanecer, para que possamos controlar a transmissão. O que houve foi uma liberação parcial das atividades, para que as empresas pudessem voltar a comercializar os seus pro­dutos, os empregos deixassem de ser constantemente ameaçados, e a renda das pessoas pudessem retornar, principalmente para muitos que já estavam com extremas dificuldades para realizar as suas tare­fas diárias, semanais e mensais de tocar suas sobrevivências.

É compreensível que a economia precisa extremamente desta adequação e reinício de atividades. A sociedade, pelos mais variados motivos, também tem necessidade do retorno. Mas se todos conti­nuarem nas ruas, como vimos nos dois primeiros dias de atividades retomadas, provavelmente, com muita chance de ocorrer, teremos que regredir e começar a já restabelecer as restrições nas próximas semanas. Aí então teremos que fazer todo o caminho novamente.

Porque se tivermos aumento muito grande dos casos, em virtude da não observância no que diz respeito à distância entre as pessoas, à manutenção de número de pessoas presentes nos estabelecimentos e em relação ao uso correto de máscaras, não há nenhuma outra possibilidade senão a de voltarmos atrás e fecharmos tudo novamente. Não há como ser diferente. Não há mágica, e sim a necessidade de controle eficiente.

Não apenas a manutenção gradativa da fase laranja, que estamos agora, mas também a progressão para a fase amarela, a verde e a azul, depende exclusivamente de cada um de nós. Nem a prefeitura, nem o governo do Estado, e nenhuma outra força pública reúne condições de colocar um fiscal ou um policial ao lado de cada cidadão. Essa responsabilidade coletiva pertence a cada um de nós, homens e mulheres. Reforço. Somente a colaboração de todos vai nos trazer bons resultados no combate à covid-19 e a volta gradativa às atividades. Portanto, a fiscalização para o controle do contágio e da doença, para o bem-estar de todos, depende de cada cidadão.

A prefeitura e o governo estadual, por seus meios, têm buscado assegurar a oferta de recursos médicos e hospitalares. Este esforço, no entanto, pode tornar-se inútil caso o aumento de casos aumente de forma a exigir mais estrutura do que é possível oferecer. Vamos agir para progredir nas fases, sem colocar em risco a saúde e a vida das pessoas. E com união, mesmo que geograficamente distantes, venceremos esta pandemia.

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