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29 de março de 2024 | 5:46
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Cidades & Construções

A queda na geração de empregos

O CAGED | Cadastro Geral de Empregados e Desempregados é um importante termômetro para se medir o aquecimento de um setor econômico. É divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com base nas admissões e dispensas comunicadas pelas empresas, e usado na elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho.

Como retrata a mão de obra formal no Brasil, os dados obtidos por meio deste cadastro devem ser analisados e interpretados os motivos que levaram a tal.

No caso da construção civil, o CAGED apresenta um desaquecimento no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2022 o saldo de vagas de janeiro a março é de 540, contra 971 em 2021 – uma redução de 44% nos empregos gerados pelo setor.

O maior desequilíbrio até aqui foi registrado em março. No ano passado, o balança mensal apresentou saldo de 231 vagas. Neste ano foram 878 admissões contra 888 desligamentos. Ou seja, pela primeira vez em 2022 se demitiu mais do que contratou-se na construção civil.

Mas, por que isso está acontecendo?

Não existe uma resposta única, mas sim uma soma de fatores que levam a essa retração do setor – e por consequência da economia, uma vez que reconhecidamente a construção civil sempre foi um dos pilares financeiros do país.

Os insumos da construção, principalmente aço, concreto e cimento, continuam subindo. Mesmo passada a fase crítica da pandemia, quando os custos atingiram patamares elevados influenciados pela escassez do momento, os oligopólios das grandes corporações da indústria de base seguem especulativamente controlando e mantendo a alta nos preços.

Recentemente, o Banco Central subiu pela décima vez consecutiva a taxa básica de juros (Selic), fixando-a em 12,75% ao ano – o maior patamar desde fevereiro de 2017. Isso faz com que compradores, neste momento, passem a recompor suas capacidades de compra e crédito.

Em Ribeirão Preto, especificamente, ainda enfrentamos a insegurança causada pela desatualização da legislação que regulamenta o setor, atrasando e dificultando aprovações, assim como o alto estoque de imóveis.

A consequência é que empresas tradicionais passam a focar seus lançamentos e construir em outras cidades e, com isso, o setor que sempre foi um dos alicerces na geração de empregos formais em Ribeirão Preto perca vagas.

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