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28 de março de 2024 | 9:40
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A ‘teoria da conspiração’ e a Vaza-Jato

O renomado jornalista brasileiro Pepe Escobar, que vive no exterior, ora em Whashington, onde viveu muitos anos, ora na Tailândia, ora em Paris, sem deixar de frequentar a crueza de guerras, Afeganistão por exemplo. Ele possui extensa capilaridade informativa, na qual se incluem jornalistas, analistas políticos e intelectuais dos Estados Unidos, da França, da Rússia, da China e de tantos outros países da Ásia. Ele conhece os labirintos e os meandros da política internacional, e nos esclareceu sobre a invenção e a origem da chamada “Teoria da Conspiração”.

“Teoria da Conspiração” tem sua maternidade no seio sagrado da CIA, que é a ins­tituição-mãe da espionagem norte-americana. Historicamente, ela derrubou governos, estimulou guerras civis, praticou assassinatos e realizou operações especiais em países de qualquer bandeira ideológica. Seu poder cresceu tanto que, atualmente, ela formula e realiza a política externa do poderoso império norte americano, assustado com o crescimento da China e com a possível parceria dela com a Rússia. O que fez crescer seus cuidados com o seu quintal composto pelos países da América Latina.

E o epiteto “Teoria da Conspiração” serve de proteção contra qualquer espíri­to crítico, que se aventure no exame de situações políticas, que não interessem que sejam esquadrinhadas, analisadas no contexto da realidade nacional e internacio­nal. O pensamento deve ser hegemônico. Para isso a massificação é internacional, tal como condiz com o poderio imperial.

E, os incautos ou os espíritos de má-fé simplesmente imprimem no analista ou no político, que vise o bem de seu país, com análise de sua história, de seu presente e sua projeção para um futuro possível, a pecha desatualizada e vencida de “comunista”.

E, assim, assumindo tal palavra como um palavrão condenatório, sem julga­mento algum, por mera intoxicação midiática massiva, impede-se que se forme um movimento de opinião rebelde e redentor. Por exemplo, defender a equidis­tância do país, no choque de interesses imperiais, que colocam frente a frente, Estados Unidos e China, não é permitido pelo pensamento hegemônico, apesar dos interesses reais de nosso país desaconselharem alinhamento, muito menos alinhamento vassalo.

Pela equidistância os interesses nacionais circulam em busca de sua redenção. Essa redenção libertadora não interessa a nenhuma grande potência, que não ad­mite concorrência, só vassalagem. Tal redenção, simultaneamente com outras po­líticas, inícia-se pela re-industrialização do país, apequenada gradativamente,des­de 1980, quando a crise da dívida externa foi criada externamente, com a elevação dos juros, de 5%, para 12% e finalmente a 20% (vinte por cento). Tal variação era direito conferido abusivamente ao credor. Um instrumento de dominação que desarticulou as economias da América Latina, como convinha ao império.

Assim, com a tal “Teoria da Conspiração”, como blindagem, aparece agora, para provar suspeitas antigas de que a Lava-Jato, com a bandeira simpática do combate à corrupção, que deve ser diária e de todos, cometeu tais e quantos abusos, que até seu vinculo com o FBI, outra instituição norte americana, faz de procuradores e seu juiz comandante, reles servidores de interesses estratégicos de país estrangeiro.

A denúncia sobre a visita de autoridades estrangeiras no ano de 2015, em Curitiba, estabelecendo vínculos pessoais de cooperação, sem conhecimento do governo brasileiro, viola o Tratado de Cooperação em matéria penal, assinado em 2001, que estabelece o óbvio de que a relação era, como é, entre governo e gover­no. Mas, a impunidade, cresceu, cresceu na ilegalidade até chegar ao confronto atual e público do procurador coordenador da Lava-Jato com sua colega, que foi a Curitiba, representando o Procurador Geral da Justiça.

Se houve ilegalidade deve ser apurada, disciplinarmente, e se houve crime, ninguém está acima da lei, como eles mesmos diziam no auge do abuso. Afinal, na sua arrogância impune, ele pensa ter o FBI, quem sabe, a CIA, quem sabe, a Quarta Esquadra norte-americana, para sustentá-lo, a ele e ao desejado (por eles) candidato a candidato à Presidência da República, em 2022.

Agora, a quinta-coluna do país é formada por togados e ex-togado. Enquanto isso o Conselho Nacional do Ministério Público adia, mais uma vez, o julgamento do coordenador desse câncer jurídico-ético, que cresceu no seio da instituição, com projeto de poder augusto e imperial, mas vassalo de potência estrangeira.

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