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28 de março de 2024 | 15:35
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A Thathi com Ciro Gomes

Se “viver é ter consciência”, como ensinou Eduardo Galeano, a TV Thathi de Ribeirão Preto, mais uma vez, participa dessa sagrada função de bem informar a opinião pública e contribuir para a sua formação, trazendo ao programa do professor Sergio Degrani e José Fernando Chiavenato, o ex-mi­nistro, ex-governador, ex-prefeito, ex-deputado, Ciro Gomes, cuja inteligên­cia e conhecimento do Brasil é inversamente proporcional à mediocridade da governança brasileira atual.

Ciro Gomes escreveu seu livro de análise da realidade histórica, social e política do país, sob o título “Projeto Nacional: O dever da Esperança”. Os caminhos necessariamente políticos da redenção nacional, ele os oferece ao debate nacional. Tem o propósito sempre declarado de um movimento de opinião denso e forte, que poderá ou não resultar em seu nome ou de outro, como liderança, para cumprir o novo Projeto Nacional Desenvolvimentis­ta do Brasil, emergente como consciência das urnas,e adequado às novas realidades do avanço tecnológico, cientifico e inovador, tríplice vertentes que abastecem, na atualidade, o conceito de soberania nacional, para ele.

A proposto, em entrevistas recentes (Folha de S.Paulo e suplemento do jornal Valor), o economista francês, Thomas Pietty fala sobre seu novo livro “Capital e Ideologia”. Encontram-se nelas ideias semelhantes às de Ciro Gomes, que as veicula, desde sua última campanha eleitoral, e que agora estão no seu livro.

Piketty retrata o resíduo imperante nas elites brasileiras, que advém do Brasil escravista e colonial. Tal ranço preconceituoso impossibilita até o avan­ço do capitalismo, diz Ciro, para quem a necessária equação capital-trabalho, descompensada no Brasil atual, deve ser reequilibrada, para juntamente com as academias, dar ao país a configuração das políticas redentoras.

Se, de um lado, Ciro Gomes, sem transigir com nossa herança históri­ca,bate na desigualdade social e na tecla da assombrosa desindustrialização do Brasil, desde 198O, quando os credores internacionais, no exercício do seu direito abusivo da fixação unilateral da taxa de juros, desarranjaram as economias da América Latina e nela a do Brasil, o francês, por sua vez, invoca a desigualdade do Brasil também, mas lembrando que nossos índices retornam ao século dezenove, que só nos envergonham. Ele recorda a Suécia, de cem anos atrás, que era o país mais desigual do mundo, sendo hoje consi­derado um dos países mais igualitários.

Ciro recorda o crescimento do Brasil de 1930 a 1980, que chegou a cres­cer até 15% ao ano, quando China e Coreia ficavam atrás, para logo depois assistirmos o desastre do avanço do retrocesso.

“Tenho a impressão de que esta crise vai legitimar mais despesas sociais [..] obrigar os governos a ter mais imaginação sobre a dívida pública” –diz o francês. Ciro Gomes aponta a dívida pública como fonte de gigantesca corrupção, cuja auditoria não se consegue fazer, nem mesmo com o legisla­dor constituinte de 1988 impondo sua realização, em dois anos a partir da vigência da Constituição. Ela não se realizou, ela não se realiza, e parece não existir ainda força que possa fazê-lo.

E, com o olhar permanente na maioria da população pobre, proceder à taxação progressiva dos mais ricos (patrimônio e rendas), com as reformas, tributária e a fiscal, já que o Estado precisa de poupança interna, para cum­prir a prioridade da educação, e promover o desenvolvimento, conectado com a iniciativa privada, parceria necessária e obrigatória.

Se o francês se ocupa com o Brasil e Índia, Ciro Gomes baseia-se nas práticas e políticas internacionais, analisando globalmente o Brasil, e ofe­recendo o programa de redenção, para que seja debatido por quem deseja construir um país livre, soberano e justo, independentemente de qualquer ideologia ou partido político, ressalvando ou não o seu jeito-maneira de procurar ser autentico.

O importante é debater livremente o país já que “viver é ter consciência”. Essa é a proposta fundamental.

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