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28 de março de 2024 | 20:35
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Acesso à internet atinge 82% de domicílios no país

A proporção de domicílios brasileiros com acesso à inter­net cresceu entre 2019 e 2021. Segundo a pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Infor­mação e Comunicação nos Domicílios brasileiros (TIC Domicílios) 2021, divulgada nesta terça-feira, 21 de junho, pelo Centro Regional de Estu­dos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), na média, o percen­tual de residências aptas a aces­sar a rede mundial de compu­tadores subiu de 71% para 82% no período de dois anos.

Apesar disso, o país ainda contabiliza 35,5 milhões de pes­soas sem acesso à internet e o nú­mero de domicílios das classes B, C e D/E com computadores caiu no mesmo período. A variação positiva foi mais significativa en­tre os domicílios de áreas rurais, segmento que evoluiu de 51%, em 2019, para 71%, em 2021. Entre as residências de áreas ur­banas, a proporção foi de 75% para 83% no mesmo período.

“Esta proporção aumentou significativamente entre os do­micílios das áreas urbanas em relação à situação pré-pandemia, mas a grande variação ocorreu na área rural, onde foi observa­do um crescimento de 20 pontos percentuais entre 2019 e 2021”, destaca o coordenador da pes­quisa, Fábio Storino.

Segundo Storino, os resul­tados dos dados coletados pre­sencialmente entre outubro de 2021 e março de 2022 devem ser comparados aos de 2019, e não aos de 2020, quando, devi­do à pandemia, o Cetic.br teve que adaptar o método de cole­ta, entrevistando um número menor de participantes ouvi­dos exclusivamente por telefo­ne – o que aumentou a margem de erro em comparação aos levantamentos de outros anos.

Quanto à qualidade do ser­viço, a pesquisa TIC Domicílios identificou que tanto na área urbana (64%) quanto na rural (39%), a maioria das residências está conectada à rede por meio de fibra óptica ou cabo. Em se­guida vem a rede móvel, à qual 20% dos domicílios de áreas ru­rais e 17% dos das zonas urbanas estão interligados.

Praticamente 99% dos usuá­rios acessam a internet por meio de aparelhos celulares, enquanto 50%, ou 74,5 milhões de habi­tantes do país, utilizam a televi­são, que já ultrapassa os com­putadores (36%). Enquanto 100% dos domicílios da classe A possuem acesso à internet, apenas 61% dos das classes D/E dispõem do serviço. A proporção entre as residências da classe B chega a 98%, e os de classe C, a 89%.

“A diferença entre a conec­tividade nos domicílios de clas­se A e os de classe D/E, que era de 83 pontos percentuais em 2015, caiu para 39% em 2021. Ou seja, embora as diferenças [sociais] persistam e ainda se­jam significativas, ela vêm se reduzindo ao longo do tempo”.

Ainda que menores, as dife­renças também se fazem sentir em termos regionais. No Su­deste (84%), no Sul (83%) e no Centro-Oeste (83%), as propor­ções de domicílios com acesso à internet superam a casa dos 80%, enquanto no Norte esse percentual é de 79% e, no Nor­deste, 77%. Em comparação a 2019, a conectividade aumentou em todas as cinco regiões.

No espaço de dois anos, este indicador variou 13% no Cen­tro-Oeste; 12% no Nordeste; 10% no Sul; 9% no Sudeste e 7% no Norte do país. A pesquisa também aponta que a quanti­dade de usuários que acessam a rede mundial de computadores aumentou 7% entre 2019 e 2021, passando de 74% para 81% dos entrevistados. Aumento asso­ciado à popularização dos smar­tphones não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Em 2021, a proporção de usuários que acessam a rede mundial de computadores ex­clusivamente por telefones ce­lulares passou de 58%, em 2019, para 64% da população, em 2021. O crescimento foi maior entre os moradores das áreas ru­rais, na qual os percentuais pas­saram de 53% para 73%. Já entre os habitantes das zonas urbanas, a evolução foi de 77% para 82% dos entrevistados.

Com base nas respostas dos entrevistados, os pesquisadores estimam que cerca de 139 mi­lhões de internautas acessam a rede todos os dias ou quase to­dos os dias. Na outra ponta da frequência de uso, 9,6 milhões de pessoas pouco acessam a in­ternet, às vezes, uma vez ao mês. “Ainda temos um contingente de 35,5 milhões com dez anos de idade ou mais que não utilizam a internet”, destaca Storino.

A pesquisa também avalia a distribuição dos hábitos de uti­lização da internet por recortes como sexo, cor, grau de instru­ção e faixa etária. Para os pesqui­sadores, um dos destaques des­ta 17ª edição do levantamento foi o aumento do número de internautas entre a população com mais de 60 anos de idade. “Em 2019, antes da pandemia, um terço desta população era usuária da internet. Esta pro­porção aumentou para 48% em 2021, um contingente rele­vante”, comenta Storino.

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