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20 de abril de 2024 | 5:38
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Marcello Casal Jr/Agência Brasi
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Economia

Acima do limite – Juros do especial caem para 165,6%

A taxa de juros do cheque especial caiu em janeiro, mas ficou acima do limite estabele­cido pelo Banco Central (BC). Os juros chegaram a 165,6% ao ano em janeiro, primeiro mês em que a medida começou a valer, a partir do dia 6. O BC determinou que os bancos não poderão cobrar taxas superio­res a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano.

Por outro lado, as institui­ções financeiras foram autoriza­das a cobrar a partir de 1º de ju­nho tarifa dos atuais correntistas com limite do cheque especial superior a R$ 500 por mês. A ta­rifa será equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500. Há bancos que anunciaram isenção dessa tarifa para os clientes. Em dezembro, os juros do cheque especial estavam em 247,6% ao ano. Houve, portanto, redução de 82 pontos percentuais de de­zembro para janeiro.

Revisão de metodologia
O BC revisou a metodolo­gia de cálculo dos juros do che­que especial. Agora os bancos devem informar ao BC quanto efetivamente foi cobrado de juros, considerando os clientes que têm o benefício de um pe­ríodo de isenção ou redução de juros, geralmente por dez dias no mês. Para que isso ocorra, a primeira taxa média informa­da pelos bancos será estimada e no mês seguinte será substi­tuída pela taxa efetiva.

Com a revisão da série histó­rica de acordo com essa metodo­logia, a taxa média de juros das concessões do cheque especial a pessoas físicas, em dezembro de 2019, passou de 302,5% ao ano (estatística divulgada em janei­ro) para 247,6% ao ano (estatís­tica revisada). Nas concessões a pessoas jurídicas a taxa caiu 331,5% ao ano (estatística divul­gada em janeiro) para 310,9% ao no (estatística revisada).

Cartão de crédito
Os juros do rotativo do car­tão de crédito caíram em janei­ro, passando de 318,8% ao ano, em dezembro, para 316,8% ao ano, no mês passado. Essa taxa é a média formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. No caso do cliente adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 290% ao ano em janeiro, aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a dezembro.

Já a taxa cobrada dos clien­tes que não pagaram ou atrasa­ram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) os juros caíram 6,5 pontos percen­tuais, indo para 333,1% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito ro­tativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financei­ras parcelam a dívida. Na mo­dalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 184,1% ao ano em janeiro, com aumento de 8,3 pontos percentuais.

Crédito pessoal
A taxa de juros do crédito pessoal não consignado subiu para 103,5% ao ano em janei­ro, com aumentou de 8,9 pon­tos percentuais em relação a dezembro. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,8 ponto percentual, indo para 21,3% ao ano no mês passado. De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa físi­ca caiu 0,4 ponto percentual em outubro, chegando a 45,6% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 17,6% ao ano, aumen­to de 1,3 ponto percentual.

Inadimplência
A inadimplência do crédi­to, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual che­gando a 4,9%. Entre pessoas jurídicas a inadimplência che­gou a 2,3% em janeiro, com aumento de 0,2 ponto percen­tual. Esses dados são do crédi­to livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros co­bradas dos clientes.

No caso do crédito dire­cionado (empréstimos com regras definidas pelo gover­no, destinados, basicamen­te, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito) os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual para 7,5% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 1 pon­to percentual para 9,3% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado subiu 0,2 pon­to percentual para 1,9% e a das empresas caiu 0,2 ponto percentual para 2%.

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