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16 de abril de 2024 | 12:07
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Economia

Alimentos dão gás para queda da inflação

Por Maria Regina Silva e Thaís Barcellos

As expectativas para a inflação no fim de 2017 seguem ladeira abaixo desde o início deste ano, e já cederam 1,84 ponto porcentual, como mostra a mediana da pesquisa Focus do Banco Central (BC). O movimento mostra um quadro disseminado de desinflação, mas que tem grande parcela dos preços de alimentação em casa. Depois de fechar 2016 com alta de 9,4%, esse segmento, que representa cerca de 16% dos gastos das famílias, acumula queda de 3,7% em 2017 até agosto.

No primeiro levantamento do ano, a taxa estimada para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava em 4,81% e ficou no nível de 4% até o início de maio. Na segunda semana do quinto mês do ano, testou a marca de 3%, especificamente em 3,93%, prosseguindo nessa faixa até a segunda quinzena de setembro. Mas, na última sondagem foi mais além, atingindo 2,97%, patamar que já está aquém da banda inferior da meta inflacionária (4,5%).

Levantamento recente do Projeções Broadcast mostra que já há até estimativas abaixo de 2,97%, encontrada na Focus. O piso é de 2,4%, enquanto o teto, de 3%, com mediana de 2,9%.

O economista Helcio Takeda, da Pezco, lembra que, desde o início do ano, já acreditava que a inflação em 2017 poderia fechar perto do centro da meta de 4,5%. “Mas abaixo de 4%, não. Tampouco esperava uma taxa inferior a 3%”, recorda. Atualmente, a consultoria prevê 2,79% para o IPCA fechado este ano.

“A inflação de alimentos e a recessão fizeram a tempestade perfeita para a inflação baixa este ano. Nos alimentos, foram cerca de menos 5 pontos porcentuais de surpresa, enquanto nos preços de Serviços foi aproximadamente de menos 2 pontos”, diz o economista Marcel Gutierrez, da ARX Investimentos.

Se o cenário para a inflação até o fim de 2017 parece desenhado e no caminho para ficar abaixo do piso da meta, Takeda, da Pezco, cita alguns riscos que podem incomodar o IPCA em 2018.

Segundo ele, o desempenho dos alimentos é um deles, assim como o comportamento dos preços administrados. “Aparentemente, não há nada que sugira uma safra ruim no ano que vem”, diz, ao esperar 3,63% para o IPCA em 2018. No boletim Focus, a mediana das estimativas iniciou o ano em 4,5% e agora está em 4,08%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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