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18 de abril de 2024 | 16:01
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Arte e vida

 

Rui Flávio Chúfalo Guião *  
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A Academia Ribeirãopretana de Letras promoveu, no último dia 24, palestra virtual aberta ao público do artista plástico Miguel Ângelo Barbosa, também presidente da ALARP – Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto. Sob o tema Arte Moderna – Ruptura e Contemporaneidade, em longa mas didática e objetiva palestra, Miguel Ângelo falou sobre o caminho percorrido pelos artistas desde o final do século XIX, quando houve uma ruptura com os cânones tradicionais da arte pictórica que desaguou, 150 anos depois na atual arte contemporânea.

Ilustrando seus argumentos com fotos de pintores varia­dos, passou por vários movimentos, como o Impressionismo, que libertou o artista do atelier, levando-o para a natureza, pintando diretamente as cores pretendidas, sem antes pre­pará-las na paleta e lançando assim o manejo da cor para formar as imagens.

Realismo, Cubismo, Futurismo, Expressionismo, Fau­vismo, Dadaísmo, Surrealismo, Abstracionismo foram explicados pelo palestrante na rota para chegar até os Contemporâneos, corrente da qual é um dos expoentes. Foi um romper com paradigmas, até atingir a total liberdade artística de nossos dias.

Terminada a palestra, fiquei meditando sobre vários assun­tos. O que teria levado o primeiro humano, na semi-escuridão de sua caverna, a lançar nas paredes desenhos incipientes de pessoas e animais? Estaria exteriorizando seus sentimentos? Estaria tentando deixar um registro para futuras gerações? Te­ria ele dificuldade de comunicação com seus pares, usando da pintura para efetivar esta comunicação? A verdade é que a arte acompanhou a trajetória do homem desde o início da civiliza­ção, produzindo as obras eternas que ficaram nas mais variadas épocas como testemunho de sua criatividade.

Conheço muito pouco do assunto e a palestra serviu para abrir os caminhos da minha curiosidade. Já visitei muitos museus importantes e sempre me seduz a visita aos acervos silenciosos. Os quadros e esculturas estão ali para mostrar a genialidade de seus autores e deixam à mostra pedaços da história da humanidade.

Como toda comunicação, a arte está também sujeita ao gosto de quem a aprecia, ou melhor, sua mensagem atinge com intensidade diferente a pessoa que a observa. Isto explica porque, ao apreciar um grande e valioso acervo, de repente nossos olhos param numa tela, que se sobressai das outras, ou uma escola sempre nos atrai como um ímã.

As artes acompanham o desenvolvimento do homem, assim as obras refletem os anseios de determinado período e sendo a arte contemporânea partidária do rompimento com as formas tradicionais de pintura, nem por isto destroem o passado. Continuamos a apreciar as várias e multifacetárias épocas, cada qual com suas característica e encanto. Não cabe nunca a pergunta: qual é a melhor e a mais bela expressão artística? Cada fase tem sua particularidade, sua beleza e mesmo novidades que possam parecer absurdas devem ser acolhidas como forma de expressão de determinada época e de determinado artista.

Todas as fases de evolução e ruptura foram recebidas com ceticismo, quando não revolta, mas, com o tempo, ganharam seu lugar na história da arte sem precisar erradicar o passa­do. Temos o privilégio, hoje, com a internet, de ter acesso ao grandioso acervo da humanidade, podendo visitar virtual­mente as obras dos mais importantes museus e conhecer o grande caminho que a arte percorreu e tentar entender os motivos que impulsionaram as grandes obras, hoje proprie­dade de todos nós.

* Presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis 

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