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19 de abril de 2024 | 20:43
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Política

Aumento de preços na mira de MPE e Procon

Diante das inúmeras de­núncias registradas em Ribeirão Preto envolvendo prática abusi­va de preços em itens essenciais ao consumidor, durante a pan­demia de coronavírus, especial­mente por farmácias, drogarias, estabelecimentos de venda de artigos hospitalares e super­mercados, o Ministério Públi­co Estadual (MPE) e o Órgão de Proteção do Consumidor de Ribeirão Preto (Procon-RP) – vinculado à Secretaria Mu­nicipal de Assistência Social (Semas) – divulgaram nota conjunta de recomendação aos comerciantes e fornecedores para que mantenham o equilí­brio dos valores para evitar um reajuste arbitrário.

Dados do Procon-RP reve­lam que, somente em março, foram registradas mais de 100 denúncias relacionadas à co­vid-19, sendo 80 com aponta­mento de álcool em gel, 20 com questões de passagens aéreas e sete com relação ao aumento de preço nos supermercados. Em 2019, foram realizadas cerca de 200 denúncias, sendo que nos três primeiros meses de 2020 já são 244, 44 a mais e aumento de 22% em menos de 90 dias.

Deste total, mais de 43% es­tão relacionadas ao coronavírus. Segundo a nota, “se constatando práticas abusivas por parte dos fornecedores, a Promotoria de Defesa do Consumidor e o Pro­con de Ribeirão Preto tomarão as providências e medidas cabíveis no âmbito das suas competências, analisando caso a caso, monito­rando, coibindo e penalizando quaisquer práticas neste sentido”.

A recomendação orienta os fornecedores a não reali­zarem aumento arbitrário de preços de produtos voltados à prevenção, proteção e comba­te ao coronavírus, como álcool em gel, máscaras cirúrgicas e descartáveis elásticas, além de gêneros alimentícios de primei­ra necessidade. O documento também recomenda a garantia de oferecimento dos produtos pelos mesmos preços praticados antes da pandemia de covid-19. Caso os valores já tenham sido aumentados, que voltem aos preços anteriores.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) divul­gou nota informando que “os supermercados não definem preços de produtos. Como o elo entre os produtores e os consumidores finais, os super­mercados repassam o custo dos produtos que adquirem da indústria. Por isso, esclarece que os recentes aumentos ve­rificados em alguns produtos, nos últimos dias, podem ocor­rer em função da variação de matérias-primas e insumos”.

Diz ainda que “em alguns ca­sos, o supermercadista se vê entre o dilema de comprar o produto por um preço maior ou ficar sem o produto em sua loja. Mesmo comprando mais caro, o super­mercado está mantendo as mes­mas margens de lucro. Ou seja, segundo recomendação da Apas, não devem aumentar suas mar­gens de lucro. Apenas repassar o aumento do custo de aquisição.”

Segundo a Apas, que tem mantido entendimentos com o governo do Estado e com o Pro­con, os consumidores devem realizar compras conscientes, pensando sempre na coletivida­de. Também trabalha para evitar práticas abusivas de aumentos injustificados de preços pelos fornecedores do setor. Os produ­tos que têm apresentado eleva­ção de preços são o leite (36,4%), feijão (50,3%), alho (18%), ba­tata (64,5%), arroz (9,8%), mo­lho de tomate (32,55%), limão (72,1%) e cebola (36%).

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