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20 de abril de 2024 | 5:34
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Bandidos utilizam a pandemia para aplicar golpes

A pandemia do coronaví­rus está causando apreensão em todo o país e, mais uma vez, bandidos estão se apro­veitando das dúvidas da po­pulação para aplicar golpes, pela internet e por telefone.

De acordo com a delega­da Raquel Kobashi Gallina­ti, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, já foram detectados golpes que estão sendo aplicados por telefone e redes sociais, principalmente pela plata­forma WhatsApp.

“Os marginais ficam à espreita, aguardando uma situação que seja favorável à aplicação do golpe. Com a quarentena e a desinforma­ção que ocorre na internet pela disseminação de fake news, os estelionatários en­contram o ambiente perfei­to para agir, aproveitando as dúvidas das pessoas”, explica a delegada Raquel.

Um dos casos recentes que ganhou repercussão na­cional foi a de uma idosa de 94 anos na cidade de Santos. Lá, uma mulher telefonou para a idosa informando ser funcionária do banco e que ela teve o cartão clonado. Por conta disso, segundo a golpista, o banco bloqueou o cartão e solicitou diversas in­formações para a vítima.

Após conseguir os dados, por telefone, a golpista infor­mou que mandaria uma fun­cionária buscar o cartão na casa da vítima, visto que ela é do grupo de risco e não deve­ria sair de casa para entregar o cartão clonado na agência.

Sem desconfiar de nada, a idosa Maria da Conceição Macena Pereira abriu a por­ta para a suposta funcioná­ria e entregou seu cartão. A golpista foi flagrada pelas câmeras de monitoramento do prédio entrando com o rosto coberto por uma más­cara, para prevenir a trans­missão do vírus. Quando contou os fatos para o filho e ele fez o alerta de que ela foi vítima de um golpe, as marginais já haviam sacado R$ 4 mil e feito R$ 10 mil em compras com o cartão.

Para denunciar, a delega­da Raquel orienta o público a fazer o boletim de ocorrência eletrônico, visto que o aten­dimento presencial nas dele­gacias também está limitado em função do combate ao vírus, para proteção dos po­liciais e do público.

Em São Paulo, o endereço para fazer o boletim é https:// www.delegaciaeletronica.po­liciacivil.sp.gov.br/ssp-de-ci­dadao/home. Outros estados também possuem serviço de delegacia online e o endereço pode ser encontrado através do google.

Conheça os principais golpes
@Oferta de cadastro
Ofertas para fazer teste do coronavírus, ganhar máscaras, luvas ou álcool gel.
A vítima recebe a mensagem, que muitas vezes pode ter sido com­partilhada de forma ingênua até por pessoa conhecida, com um link para clicar e fazer o cadastro. O link direciona a vítima para um site falso, onde é solicitado que ela preencha um cadastro com dados pessoais e número de celular. Nesse momento, o número é bloquea­do e o estelionatário exige dinheiro para fazer o desbloqueio.
@Cadastro para receber o auxílio emergencial pago pelo Governo
A vítima recebe um falso e-mail ou mensagem com um link para se cadastrar e receber o dinheiro. Nesse link, são solicitados os dados pessoais e do cartão bancário, inclusive o código de segurança. Quando esses dados são informados, o cartão é clonado e as infor­mações usadas para compras pela internet.
@Pedidos de doações para hospitais filantrópicos
Por telefone, golpistas ligam para as vítimas se identificando como representantes de um hospital da região e pedindo doações, infor­mando uma conta para depósito ou até mesmo oferecendo para retirar o dinheiro presencialmente. Normalmente esse golpe tem origem de dentro das cadeias.
@Oferta de vacina contra a covid-19
Marginais também oferecem por telefone e internet uma falsa vacina contra o coronavírus. Interessada na imunização, a vítima preenche um cadastro ou passa seu endereço por telefone para receber a dose. Quando os falsos agentes de saúde chegam, ela abre sua casa e é anunciado o roubo.
@Ligação do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou que está telefonando para 125 milhões de pessoas para levantar informações sobre a pandemia do coronavírus. O objetivo é identificar quem é do grupo de risco ou está com sintomas. Marginais estão simulando essa ligação para obter dados pessoais e bancários das vítimas.
A primeira característica da ligação real é que será identificado o número 136, do Disque Saúde oficial do Ministério da Saúde. Se apa­recer no identificador qualquer outro número, a chamada é falsa.
A ligação real também será feita por um robô, com uma voz artificial, não por um telefonista real. O robô vai perguntar somente seu nome, sua cidade, com quem você mora, se é do grupo de risco e se tem sintomas de covid-19.
Então é só ficar atento. Se tiver uma pessoa do outro lado da linha e ela perguntar nome, endereço ou qualquer outra informação, com certeza é golpe.

Mapa da Fraude apresenta dados no e-commerce


Um estudo realizado pela empresa ClearSale especialista em ações antifraude e mape­amento do comportamento e reputação do consumidor di­gital revela que a cada R$ 100 reais em compras realizadas no varejo eletrônico, R$ 3,47, em média, são tentativas de frau­des. O estudo, denominado Mapa Fraude no Brasil, anali­sou R$ 69 milhões em transa­ções, o que representa cerca de 153 milhões de pedidos.

“O valor da compra é uma variável importante para de­terminar o risco da transação, uma vez que os pedidos frau­dulentos costumam ter um valor maior que a média do e-commerce. Em 2019, o ticket médio dos pedidos suspeitos foi de cerca de R$ 1 mil”, expli­ca Omar Jarouche, diretor de Soluções da Clearsale.

“A maioria dos fraudadores busca produtos e serviços mais caros e até mesmo de luxo, pois não irão pagar por isso e con­seguem um retorno melhor na hora de revender o produto”, analisa Jarouche.

Horário
Os fraudadores preferem os dias de semana para realizar os crimes. O dia mais visado pelos criminosos é a terça-feira, que concentrou 17,43% do valor to­tal das tentativas de fraude em 2019. Já domingo é o dia com o menor tentativas, com 8,19%.

O período que concentra a maior tentativa de fraudes é entre 12h e 23h, com 83%. A parte da manhã registra sozinha mais tentativas de fraude do que a noite e a madrugada juntas. Mais de 58% das tentativas de fraude aconteceram entre 6h e 17h59. Isso mostra que as ações fraudulentas seguem a curva ge­ral de vendas do e-commerce e registram seus maiores picos du­rante o horário comercial.

Categorias
Celulares, Games e Bebidas são tradicionalmente as catego­rias mais fraudadas. Isso ocorre pela facilidade de revender o produto posteriormente, tanto pela procura, como pelo preço e pela facilidade de transporte.

A compra de Celulares concentra o maior registro de tentativa de fraude em 2019, com 8,73%, seguido por Be­bidas, 8,04%, Games, 7,61% e Eletrônicos, 4,33%. Os produ­tos mais visados são aqueles com maior facilidade de serem revendidos no mercado pa­ralelo, como os smartphones, categoria que conta com lança­mentos constantemente e alta demanda dos consumidores.

Em 2019, a fraude em Be­bidas cresceu, saindo de 5,10% para 8,04%. Games, que esta­va em segundo lugar em 2018, agora ocupa o terceiro, mas as fraudes na categoria seguem crescentes, saindo de 6,36% em 2018 para 7,61% em 2019.

Regiões
Na comparação por regi­ões, o Norte é a que tem maior exposição a fraudes, com 6,58%. O Nordeste aparece em segundo, com 5%, seguido de Centro-Oeste, 4,7%, Sudeste, 3,2% e Sul, 1,9%.

Sazonalidade
Ao contrário do que se imagina, mais vendas não sig­nificam necessariamente mais fraudes. Novembro, mês que o comércio eletrônico tem um au­mento exponencial das vendas por conta da Black Friday, apare­ce como o de menor exposição a fraudes. Em 2019, a cada R$ 100,00 em transações, apenas R$ 2,38 foram tentativas de fraude durante o período.

Entre as datas comemorati­vas, que têm reflexo no aumento de vendas no varejo, o Dia dos Namorados é a que apresenta mais tentativas de fraude, repre­sentando 4,56% do total de ven­das. Em termos comparativos, o Natal apresentou 3,38% e a Bla­ck Friday, 1,06%.

“O Mapa da Fraude é impor­tante para derrubar mitos que atrapalham o combate a fraudes, como por exemplo acreditar que a fraude no e-commerce aconte­ce de maneira isolada, durante a madrugada ou em períodos de grandes promoções e aumen­to no volume de vendas. A fraude é um crime extrema­mente dinâmico, realizado por profissionais e de manei­ra cada vez mais sofisticada”, analisa Jarouche.

Para não ser vítima de frau­des, o consumidor deve evitar realizar compras em sites suspei­tos, e preferir o cartão de crédi­to como forma de pagamento. Ao optar por esse método em vez do boleto ou transferência bancária, o cliente consegue contestar a cobrança junto ao banco, o que não é possível com os outros métodos.

Em cada dez sites de e-commerce, um está desprotegido, revela estudo da Serasa Experia-
Com boa parte da população brasileira em isolamento social, as compras pela internet ganha­ram força neste mês de Dia das Mães. Só que para evitar golpes e transtornos financeiros, é preciso estar atento à segurança nas transações virtuais. Um es­tudo encomendado pela Serasa Experia- e realizado pela BigData Corp mostra que, em cada dez sites de e-commerce no país, um (13%) está desprotegido, ou seja, não possui um certificado de segurança (SSL – Secure Socket Layer) para proteção de dados. Isso equivale a aproximadamen­te 130 mil endereços de lojas on-line que não estão seguros.

Ainda que muitos varejistas brasileiros operem com sites sem proteção aos dados, a pesquisa mostra que houve uma melhora no volume de lojas de e-commerce que passaram a adotar o certificado de seguran­ça em suas plataformas. Em dois anos, passou de 79% para 87% o número de lojas on-line que já contam com o protocolo SSL.

Para o consumidor descobrir se um site possui o certificado SSL, basta conferir se há um cadeado na barra de endereços do navegador, ou se há um “s” após o http (https), indicando segurança. É esse certificado que garante uma conexão segura e criptografada entre os dados trafegados e o servidor, o que evita o roubo de dados durante a transação.

O diretor de certificação digital da Serasa Experian, Maurício Balassiano, explica que uma das práticas mais comuns e perigo­sas em ambientes inseguros na internet é o chamado phishing, quando golpistas capturam as informações trocadas durante uma transação. “Hackers e cibercriminosos se aproveitam de brechas em sites desprotegi­dos para copiar dados pessoais como nome, endereço, CPF e senhas de cartão de crédito, por exemplo.

Em períodos de grande movimento no varejo eletrônico, como no Dia das Mães, esses dados capturados ilegalmente podem ser utilizados por este­lionatários para realizar tran­sações indevidas no nome de terceiros, o que pode gerar uma série de transtornos financeiros e legais aos consumidores”, alerta Balassiano.

O estudo também avaliou que muitas das transações feitas por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, não são realizadas em ambiente se­guros. Praticamente dois (17%) em cada dez aplicativos trocam informações com endereços que não contam com o certificado de segurança SSL, que criptografa e protege a troca de informações entre seus usuários.

36% dos sites operam com certificado de segurança vencido
De modo geral, 18% dos sites brasileiros – incluindo não apenas e-commerce, mas também endereços corporativos, governamentais, blogs, entre outros – não operam com uma camada de proteção SSL. Outra constatação preocupante é que, mesmo entre os sites que pos­suem certificados de segurança, mais de um terço (36%) estão expirados e, portanto, não confe­rem efetividade na proteção dos dados transacionados, um au­mento de 22 pontos percentuais na comparação com a pesquisa de 2019. Além disso, 50% dos sites que possuem certificado SSL terão suas licenças vencidas em no máximo três meses e precisarão ser renovados.
Também houve um aumento no volume de sites com mais de meio milhão de visitas mensais que não possuem certificados SSL: passando de 4% para 14% em 12 meses. Nesse segmento, os protegidos formam 86%. Entre os sites médios – com acessos que variam de 10 mil a 500 mil mensais – o índice de desprotegidos chega a 17%. Já entre os sites pequenos, que recebem menos de 10 mil visitas por mês, o protocolo SSL não está presente em 18% dos casos.
Os especialistas da Serasa Experia- esclarecem que um ambiente seguro no comércio on-line é vantajoso tanto para clientes quanto para o lojista. “O certificado SSL não traz segu­rança apenas para o cliente, mas também para a própria empresa, uma vez que todos os dados de transações são criptografados. Além disso, empresas que ope­ram sites sem o certificado SSL tendem a ser prejudicadas em resultados nos sites de busca, o que atrapalha a visibilidade da marca e, consequentemente, a realização de mais vendas”, afirma Balassiano.
Para ajudar o consumidor a realizar compras on-line com segurança, os especialistas da Serasa Experia- preparam algumas dicas. Confira:
– Pesquise a reputação do site: só inclua suas informações pessoais e dados de cartão de crédito se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro. Em caso de ofertas de lojas desco­nhecidas, faça uma pesquisa em sites dedicados à avaliação e reputação de lojas virtuais;
– Desconfie de ofertas milagro­sas: desconfie sempre de ofertas com preços muito abaixo do mercado. E-mails com valores, promoções e vantagens muito especiais merecem desconfian­ça. É comum que os cibercri­minosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar pegar informa­ções pessoas, dados de cartão de crédito e senhas;
– Não clique em qualquer link: atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminem os dispositivos com vírus para funcionarem sem que o usuário perceba;
– Navegue com segurança: é extremamente importante manter atualizado o antivírus do seu computador, diminuin­do os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos espiões.

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