A Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) recebeu 703 reclamações de consumidores que tiveram problemas nas compras ou contratações na Black Friday até a tarde de segunda-feira, 29 de novembro. A B2W (Americanas.com, Submarino, Shoptime, Sou Barato e Lojas Americanas) teve 107 casos (15% das queixas) e a Via S/A (Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com), mais 96 (14% das queixas). Nas redes sociais, o órgão teve 457 consultas e pedidos de orientação sobre o tema.
As principais reclamações foram atraso ou não entrega da encomenda (174 reclamações, 25% do total); pedido cancelado após a finalização da compra (162 reclamações, 23% do total); mudança de preço ao finalizar a compra (79 ou 11%); maquiagem de desconto – quando o desconto oferecido não é real (77 ou 11%); e produto ou serviço indisponível (75 ou 11%).
Segundo o Procon-SP, na Black Friday do ano passado foram registrados 1.107 atendimentos (726 reclamações e 381 consultas e orientações nas redes sociais). De acordo com o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, neste ano, o número de reclamações manteve-se estável, com leve aumento de 3%.
“Muitos consumidores consultaram o Procon-SP, o que demonstra que as pessoas estão mais cautelosas antes de fechar suas compras e se precavendo de eventuais golpes”, diz o diretor executivo da Fundação Procon de São Paulo, órgão ligado à Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado.
“Com o consumidor fazendo mais pesquisa, consultando a credibilidade do site, a reputação da empresa, prestando atenção ao preço total oferecido, acrescido à cobrança de frete, de encargos etc. as reclamações se reduzem aos problemas mais corriqueiros, como atraso e cancelamento do pedido. O balanço geral é positivo”, afirmou.
Vendas do varejo
As vendas do varejo brasileiro entre os dias 25 e 28 de novembro, o fim de semana da Black Friday, foram 6,9% maiores neste ano que no período equivalente de 2020, de acordo com o Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA), divulgado na segunda-feira (29) pela Cielo. O dado, consolidado, veio acima da prévia divulgada pela companhia no sábado, que apontava alta de 6,3%.
Apesar do crescimento em um ano, a data de promoções do varejo teve desempenho ainda menor que o registrado em 2019, com vendas 3,8% menores, segundo a Cielo. O dado é nominal, ou seja, não tem desconto da inflação acumulada no período.
Em relação a 2021, a Black Friday teve vendas 16,4% maiores no varejo online, e 4% maiores no varejo físico. No Sudeste, o avanço foi de 3%, com altas de 3% no Estado de São Paulo, e de 1,6% no Rio de Janeiro. O ICVA, divulgado mensalmente, coleta dados de vendas de 18 setores mapeados pela Cielo, junto a lojistas de todos os portes, que correspondem a 1,3 milhão de varejistas credenciados à adquirente.
As vendas da promoção Black Friday movimentaram o varejo ribeirão-pretano, tanto o físico quanto o eletrônico. Nesta época, que antecede o Natal consumidores de todo o mundo vão às compras de fim de ano, atrás de preços mais atrativos. O Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – espera alta de 17,5% nas vendas físicas e de 25% nas compras online em comparação com o mesmo período de 2020.
Esta é a primeira onda de vendas de fim de ano, uma vez que coincide com a primeira parcela do décimo terceiro salário. Levantamento realizado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (Iemb) da Acirp aponta que o pagamento das duas parcelas do décimo terceiro salário deve injetar R$ 652.574.613,58 líquidos na economia ribeirão-pretana.