24 C
Ribeirão Preto
29 de março de 2024 | 12:59
Jornal Tribuna Ribeirão
GOVERNO DE SÃO PAULO
Início » Bolsonaro e a CoronaVac – Cidadania ameaça pedir impeachment
Política

Bolsonaro e a CoronaVac – Cidadania ameaça pedir impeachment

O Cidadania ameaça en­trar com um processo de impeachment contra o pre­sidente Jair Bolsonaro se ele desautorizar a compra de uma vacina que se comprove eficaz contra a covid-19. A estratégia está sendo avalia­da pela cúpula do partido e depende dos próximos pas­sos do governo. A discussão aumenta a pressão sobre Bol­sonaro após ele ter desauto­rizado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

A compra de doses de um laboratório chinês produzi­das com o Instituto Butantã, de São Paulo, havia sido anun­ciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira, 20 de outubro. Bolsonaro, porém, ficou in­conformado com o destaque recebido pelo governador João Doria (PSDB) no episó­dio e avaliou que Pazuello se precipitou. A nacionalidade e o domicílio eleitoral da vaci­na deram fôlego à ala ideoló­gica do governo, que atacou a iniciativa tomada com aval dos militares.

Se for comprovado que realmente a vacina pode imu­nizar a população do novo coronavírus, uma atitude de Bolsonaro para barrar o financiamento poderia ser enquadrada como crime de responsabilidade ou até mes­mo crime comum, de acordo com o presidente do Cida­dania, Roberto Freire. Um processo de impeachment precisa passar pelo crivo do Congresso e, inicialmente, depende de uma decisão do presidente da Câmara, Ro­drigo Maia (DEM-RJ), que, até o momento, rejeita auto­rizar uma denúncia.

“Crime de responsabili­dade, durante ainda o curto mandato do presidente, tem a granel. Se essa vacina for ates­tada do ponto de vista cientí­fico como eficaz e ele tentar impedir, não é nem crime de responsabilidade, é crime co­mum para ser processado por atentado à saúde e à vida dos brasileiros”, afirmou o presi­dente do Cidadania, Roberto Freire. “Discutir a coloração política da vacina é uma im­becilidade.” Freire ponderou que não vê ambiente político para impeachment no mo­mento, apesar da posição de Bolsonaro.

O presidente afirmou que “qualquer vacina, antes de ser oferecida, deverá ser com­provada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certi­ficada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sani­tária)”. A posição de confron­to com Doria incomodou lí­deres do Congresso.

“Impeachment é quando há crime de responsabilida­de. Se ele tomar alguma atitu­de que caracterize, podemos considerar um pedido, em­bora não seja o que discuti­mos neste instante. A postu­ra do presidente é altamente repugnável”, afirma o líder do Cidadania na Câmara, Ar­naldo Jardim (SP).

Na quarta-feira (21), a Rede Sustentabilidade pro­tocolou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar Bolsonaro a assinar protocolo de intenções para a aquisição de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech e em desenvolvimento no Instituto Butantã, em São Paulo.

Na avaliação do partido, Bolsonaro agiu violando o di­reito à vida e à saúde, com o objetivo de “privar a popula­ção brasileira de uma possibili­dade de prevenção da covid-19 por puro preconceito ideológi­co ou, até pior, por motivações estritamente políticas”.

Mais notícias