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19 de abril de 2024 | 23:22
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Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

Meu querido amigo e colega de turma na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, Embaixador Osmar Vladimir Chohfi, acaba de ser eleito Presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, com sede em São Paulo.

Experiente diplomata, Osmar Chohfi fez brilhante carreira no Itamaraty. Foi chefe de cerimonial do Presidente Fernan­do Collor de Mello. Atuou em Paris e La Paz e, nomeado Embaixador representou com brilhantismo nosso país no Equador, na Espanha e na OEA – Organização dos Estados Americanos. Foi Secretário Geral do Itamaraty, na gestão do Ministro Celso Lafer, e chefiou inúmeras missões brasileiras em eventos internacionais.

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira foi fundada em 1953 por um punhado de árabes e seus descendentes, com o in­tuito de promover o comércio entre o Brasil e os países de língua árabe. Hoje, suas relações se desenvolvem com os integrantes da Liga dos Estados Árabes (Arábia Saudita, Argélia, Bahrein,Catar, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Ilhas Comores, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia). Desde então, vem desenvolvendo meritório trabalho no cumprimento de seus objetivos, promovendo pesquisas de mercado, aproximação de empresários, rodadas de negócios e missões comerciais, entre outras atividades.

A partir de 1980, quando começaram as trocas de petróleo com produtos agrícolas nossos, as relações comerciais passaram a apresentar grande crescimento, sendo que, hoje, as exportações para os países árabes ocupam o terceiro lugar no volume de nossas vendas.

Frango, açúcar, carne bovina, soja, milho, frutas são os mais expressivos itens, numa cesta que ultrapassa US$ 12 bilhões anuais. Graças aos países árabes, o Brasil tornou-se o maior produtor de frango halal (processado nos moldes da cultura daqueles países) do mundo.
Os árabes e seus descendentes tem contribuído muito para o desenvolvimento de nosso país.

No final do século XIX, em visita diplomática ao Oriente Médio, o Imperador D. Pedro II encantou-se com a cordialidade dos povos árabes. Sabedor das dificuldades que os cristãos estavam tendo com o Império Turco Otomano, propôs a emigração para o Brasil. Os primeiros a che­gar traziam passaportes turco-otomanos, daí serem considerados como turcos, independentemente da naturalidade que tinham. Em sua maioria eram libaneses e sírios e cristãos.

Espalharam-se pelo território brasileiro, como mascates, levando o comércio para o interior perdido do país. Exímios co­merciantes, não tardaram em se estabelecer nos grandes centros, onde se fundiram à cultura brasileira e foram assimilados sem problemas. Tiveram grande influência na culinária, introduzin­do o quibe, a esfiha, o tabule e outras comidas hoje integrantes do cardápio nacional. Trouxeram também o cultivo do limão e do figo para a Europa, sem falar na grande influência que exer­ceram na Península Ibérica, durante a dominação de sete séculos e que influenciou a cultura portuguesa e a brasileira. Inúmeras palavras árabes se incorporaram à nossa língua e a sua literatura é hoje bastante prestigiada em nossa sociedade. Em todas as profissões e atividades produtivas de nosso país, destacam-se os descendentes desta generosa gente.

A gestão do Embaixador Osmar Chohfi na Câmara de Comér­cio Árabe-Brasileira dará continuidade aos excelentes trabalhos até aqui desenvolvidos, com foco em prepará-la para os desafios atuais da Indústria 4.0. Capacidade e talento não lhe faltam.

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