19 C
Ribeirão Preto
19 de abril de 2024 | 1:17
Jornal Tribuna Ribeirão
JF PIMENTA-ARQUIVO
Início » Câmara derruba 88 vetos da LDO
DestaquePolítica

Câmara derruba 88 vetos da LDO

A Câmara de Vereadores rejeitou por unanimidade, na sessão desta terça-feira, 8 de se­tembro o veto do prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB) às 88 emendas do Legislativo à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. Foram 26 votos contra. Apenas Renato Zucoloto (PP) não votou por estar afasta­do por licença médica.

O prefeito barrou 98,9% do total de sugestões feitas pela Câmara, que aprovou a redação final do projeto em 14 de julho, em sessão extraordinária. As propostas dos parlamentares totalizam R$ 52,6 milhões. De­zesseis foram apresentadas por Alessandro Maraca (MDB, R$ 3,39 milhões), outras 36 são de Igor Oliveira (MDB, R$ 28,7 mi­lhões) e duas, de Luciano Mega (PDT, R$ 500 mil).

As comissões de Finanças, Orçamento, Fiscalização, Con­trole e Tributária e a do Meio Ambiente e Sustentabilidade também conseguiram emplacar 33 emendas – 26 da primei­ra (R$ 13,7 milhões) e sete da segunda (R$ 4,55 milhões). O valor total das propostas inse­ridas pela Câmara representa 1,5% do valor recorde previsto na LDO do ano que vem, de R$ 3.481.563.067,00.

Com a derrubada do veto, Duarte Nogueira deve publicar, no Diário Oficial do Município (DOM), um decreto estabele­cendo o não cumprimento das emendas e ingressar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) com uma ação direta de incons­titucionalidade (Adin).

A maioria das propostas ve­tadas propunha a realocação de recursos para as áreas da saúde e da educação. Apenas a emenda da Comissão de Finanças que proíbe o Executivo de remane­jar e transferir – por decreto – as dotações aprovadas acima de 10% foi sancionada e promulga­da. No projeto original, esse per­centual era de 20%. A promul­gação com os vetos foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de 5 de agosto.

No ano passado, os vereado­res de Ribeirão Preto acataram, em 3 de setembro, o veto parcial do prefeito. O projeto havia sido aprovado pela Câmara com 144 emendas, mas o chefe do Exe­cutivo vetou 121 das sugestões que somavam R$ 92,18 milhões, apresentadas por 14 parlamen­tares e pela Comissão de Finan­ças. Já as que foram aprovadas tratam de assuntos técnicos e não alteram o orçamento.

A prefeitura de Ribeirão Preto prevê queda de 1,3% na arrecadação de impostos pela administração direta em 2021 por causa do cenário econômico e de incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Porém, a receita total estimada para o ano que vem – inclui as 15 se­cretárias, o gabinete do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e a administração indireta (fun­dações, autarquias, empresas e departamentos) – é de R$ 3.481.563.067,00.

A receita total para o ano que vem, segundo a LDO, de R$ 3,48 bilhões, é 2,68% maior do que a previsão orçamentária de 2020, de R$ 3,39 bilhões – R$ 91 mi­lhões a mais –, mas que foi ela­borada em 2019, portanto, sem levar em consideração os efeitos da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.

A deste ano é 4,4% superior ao valor de R$ 3,247 bilhões previsto para 2019, acréscimo de R$ 143 milhões. O valor da arrecadação da administração direta estimado para2021édeR$ 2.597.843,767,00, ou seja, 1,3% menor que os R$ 2.631.809.611,00 proje­tados para 2020, corte de R$ 339.658,44.

O prefeito já havia anuncia­do que Ribeirão Preto pode per­der 20% da arrecadação prevista para este ano por causa dos re­flexos da pandemia.

Significa que a cidade pode deixar de arrecadar R$ 682 mi­lhões, dinheiro suficiente para bancar dez folhas de pagamento do funcionalismo municipal, de aproximadamente R$ 63 mi­lhões por mês.

A LDO é um instrumento de planejamento do orçamen­to municipal de prerrogativa e iniciativa do Executivo, estabe­lecendo um elo entre o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orça­mentária Anual (LOA), defi­nindo o direcionamento de re­cursos para atividades essenciais cuja interrupção possa vir a pre­judicar a ordem pública. Porém, é na LOA que ficam definidos os percentuais e os valores a que cada secretaria terá direito.

Após receber a LDO apro­vada, a prefeitura vai elaborar a LOA, detalhando onde e em quais setores investirá os recur­sos previstos para o próximo ano. O projeto com a descrição de onde a prefeitura investirá os recursos deve ser entregue ao Legislativo até 30 de setembro para analise e votação.

Mais notícias