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20 de abril de 2024 | 10:17
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Política

Câmara e SSM discutem opções

O impasse provocado pela de­cisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), que considerou in­constitucional o prêmio-incentivo, uma gratificação que servidores mu­nicipais recebem desde 1994, foi o tema de uma reunião na tarde desta quinta-feira, 21 de setembro, no ple­nário da Câmara, com a presença de vereadores, do presidente do Sindi­cato dos Servidores Municipais de Ri­beirão Preto, Guatapará e Pradóplois (SSM/RP), Laerte Carlos Augusto, e do secretário municipal da Admi­nistração, Ângelo Pessini Júnior.

O TJ/SP extinguiu o prêmio após julgar favoravelmente uma ação direta de inconstitucionalida­de (Adin) impetrada pela Procura­doria-Geral de Justiça (PGJ). Como o acórdão ainda não foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e a folha de pagamento do funciona­lismo será fechada nesta sexta-feira (22), o pagamento da gratificação de setembro (será depositado no quinto dia útil de outubro) está garantido.

Mas, para que os salários não sofram redução a partir de no­vembro, será preciso que a Câma­ra aprove, o mais rápido possível, um projeto de lei incorporando aos salários dos servidores o valor hoje correspondente ao prêmio­-incentivo – de 47% pra os médicos, 28% para os dentistas e 25% para os demais servidores municipais.

Na reunião, ficou decidido que os vereadores, com o apoio das assessorias jurídica e legislativa da Câmara, vão elaborar um projeto de lei para incorporar aos salários a gratificação contestada pelo TJ/SP – resta saber se a Prefeitura de Ribeirão Preto vai concordar, por­que ainda há dúvidas se terá que recolher mais encargos trabalhis­tas com a incorporação.

A Câmara nomeou uma comis­são e um dos integrantes, Renato Zucoloto (PP), sugeriu a utilização da ”Vantagem Pessoal Nominal­mente Identificável (VPNI)”, uma gratificação prevista em lei. ”O que não podemos é aprovar um projeto de lei que mais tarde vá novamen­te ser contestado e derrubado pela Justiça”, explica. A primeira reu­nião da comissão será na próxima segunda-feira, dia 25, a partir das 16h30, no plenário do Legislativo.

O prêmio-incentivo foi criado em 1994 pelo então prefeito An­tônio Palocci Filho (PT) que inicial­mente beneficiava apenas os mé­dicos da rede municipal de Saúde. Na época, a Prefeitura enfrentava grandes dificuldades em atrair in­teressados nos concursos abertos pela Secretaria Municipal de Saúde para contratar novos profissionais de medicina. Como vários municípios da região pagavam salários bem maiores, estava ocorrendo uma debandada, com médicos pedindo exoneração da rede municipal de Ribeirão Preto para trabalhar em pequenas cidades da microrregião.

Assim, para interromper essa migração, a Prefeitura instituiu o prêmio-incentivo, que correspon­de atualmente a 47% do salário do médico. Nos anos seguintes, dezenas de servidores ingressa­ram com ações na Justiça pedindo isonomia no tratamento – ou seja, pleiteavam também receber a gra­tificação. Para sustar a enxurrada de processos, a administração es­tendeu o benefício a todo o funcio­nalismo municipal – com percen­tual de 25%.
Logo depois, a Câmara de Ve­readores também decidiu conceder um prêmio-incentivo aos seus fun­cionários, mas em um valor fixo (hoje de R$ 588,). Com a determinação do TJ/SP de que a gratificação é incons­titucional, o Sindicato dos Servidores Municipais ameaçou deflagar greve geral caso a Prefeitura retire o bene­fício dos holerites.

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