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28 de março de 2024 | 5:25
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Mosquito transmissor da Dengue - Divulgação
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Saúde

Casos de dengue em RP aumentam 4.085%

Desde 1º de janeiro e até esta segunda-feira, 1º de julho, Ribeirão Preto havia registrado 8.539 casos de dengue, 8.335 a mais do que os 204 do primei­ro semestre de 2018, alta de 4.085%, cerca de 42 vezes su­perior em 181 dias de 2019. Os dados são Boletim Epidemio­lógico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A cidade tam­bém já tem duas mortes por dengue hemorrágica confir­madas e luta para tentar conter o avanço da doença, mas os nú­meros indicam que o mosquito Aedes aegypti faz cada vez mais vítimas na cidade, um cenário típico de epidemia. A popu­lação deve ficar atenta porque em 80% dos casos o criadouro do vetor está dentro de casa.

Neste ano, dentre as já anunciadas vítimas do Aedes aegypti – mosquito trans­missor dos vírus da doença e também do zika vírus e das febres chikungunya e amarela (na área urbana) –, 2.295 são da Zona Leste, mais 2.244 da Norte, 1.915 da Oeste, 1.155 da Central, 855 da Sul e 75 sem identificação de distrito. Há ainda 20.155 casos sob in­vestigação. A média é de 47 novos pacientes por dia. Par­te é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a popu­lação não está imune.

O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade em 181 dias deste ano já é 3.050% superior ao total do ano pas­sado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrên­cias – são 8.268 pacientes a mais em 2019, ou quase 31 vezes superior. Neste ano, Ribeirão Preto registrou 242 casos de dengue em janeiro, 623 em fevereiro, 1.553 em março, 3.757 em abril, 2.063 em maio e 301 em junho. Em 2018, foram 45 ocorrências no primeiro mês, 37 no se­gundo, 28 no terceiro, 42 no quarto, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novembro e 38 em dezembro.

No ano passado, das 271 pessoas picadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito. Em 2017, foram registrados 246 casos, o vo­lume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirma­dos foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocor­reu em 2012, com 317.

O secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Sandro Scar­pelini, afirma que o trabalho de combate e prevenção à dengue na cidade está sendo feito sem trégua. São ações diárias, com equipes de agen­tes de combate a endemias nas ruas com campanhas de conscientização, treinamen­tos de equipes e nebulização frequente e os números es­tão dentro dos parâmetros aceitáveis, se comparado às demais cidades do Estado. Ele pede à população que co­labore e elimine recipientes que possam acumular água, potenciais criadouros do Ae­des aegypti.

Em 25 de abril, a secre­taria confirmou duas mortes por dengue hemorrágica em Ribeirão Preto. Os pacientes são um homem de 73 anos, hospitalizado durante 16 dias, portador de cardiopatia e que evoluiu com pneumonia e morreu no dia 22, e uma mu­lher de 44 anos, também por­tadora de doenças associadas que estava internada na Uni­dade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze de Maio, no Jardim Paulista, e faleceu no mesmo dia, com diagnóstico definitivo do dia 23. Em um dos casos a soro­logia já demonstrou ser do tipo 2. O homem morava na Zona Leste e a mulher, na re­gião central. Ribeirão Preto também registrou um caso de febre chikungunya neste ano, em janeiro.

Em todo o estado de São Paulo, foram confirmados, até 17 de junho, 267.602 casos de dengue e 157 mortes – o recor­de de infecções é de 2015, com 709.445 pacientes e 513 óbi­tos. Dez cidades concentram 47% das vítimas da doença e somam 126.364 casos – Ri­beirão Preto estava em sexto lugar no ranking, com 7.263 ocorrências, atrás de São José do Rio Preto (25.107), Bauru (24.515), Campinas (22.355), Araraquara (12.863) e São Pau­lo (12.144) e à frente de Birigui (6.836), São Joaquim da Bar­ra (5.410), Barretos (5.059) e Guarulhos (4.812).

Chikungunya
Já para a chikungunya, um caso foi confirmado em janeiro deste ano. Em 2018, Ribeirão Preto atendeu oito pessoas com a febre transmiti­da pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio, outra em junho, uma em agosto, uma em setembro e duas em outubro. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais em relação a 2016. Neste ano não há casos de zika vírus, mi­crocefalia e febre amarela.

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