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28 de março de 2024 | 8:42
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Mosquito transmissor da Dengue - Divulgação
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Saúde

Casos de dengue no País aumentam 600%

A dengue voltou a avançar no País. De janeiro até 24 de agosto, foram registrados 1,4 mi­lhão de casos, seis vezes mais do que o registrado no mesmo pe­ríodo do ano passado (205.791). Pelo menos 14 Estados estão em situação de epidemia. Em Mi­nas Gerais, o índice é de 2,2 mil casos a cada 100 mil habitantes. Apenas Amazonas e Amapá apresentaram redução de regis­tros em relação ao ano passado.

Desde 1º de janeiro e até 31 de agosto, Ribeirão Preto havia registrado 11.652 casos de dengue, 11.432 a mais do que os 220 dos oito primeiros meses de 2018, alta de 5.196%, cerca de 53 vezes superior em 243 dias de 2019. Os dados são Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgados nesta quar­ta-feira, 4 de setembro.

A cidade também já tem três mortes por dengue he­morrágica confirmadas e luta para tentar conter o avanço da doença. O número de vítimas do Aedes aegypti no municí­pio em 243 dias deste ano já é 4.199% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – são 11.381 pacientes a mais em 2019, ou quase 43 vezes superior.

Zika e chikungunya, tam­bém doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes ae­gypti infectado, seguiram a mes­ma tendência. De acordo com Ministério da Saúde, casos de chikungunya subiram no perí­odo 44%, passando de 76.742 e para 110.627. A infecção por zika, por sua vez, passou no pe­ríodo de 6.669 para 9.813.

A explosão de casos foi acompanhada pela elevação ex­pressiva de mortes. Somadas, as três doenças provocaram 650 óbitos (591 por dengue, 57 por chikungunya e dois por zika). É como se 2,7 pessoas morres­sem por dia em decorrência das infecções, todas evitáveis se o País tivesse boas condições de saneamento, abastecimento de água, coleta de lixo e sem re­servatórios do mosquito trans­missor nos domicílios.

A expansão de casos de den­gue impressiona pelos números. Em Minas, foram 471.165 re­gistros – 19 vezes mais do que o identificado em 2018. Em São Paulo, foram 437.047 notificações, 37 vezes mais do que no ano an­terior. Já em Goiás, foram 108.079 registros, 47% a mais do que em 2018. No Distrito Federal, por sua vez, foram 35 531 infecções, com uma incidência de 1.194,4 casos a cada 100 mil habitantes.

Subtipos de vírus da dengue
Com o aumento de registros, o Ministério da Saúde antecipou a campanha de combate ao Ae­des aegypti, que deve ser lançada nos próximos dias. O objetivo é mobilizar secretários, prefeitos e a população para medidas de pre­venção contra o mosquito trans­missor. A pasta atribui a alta nos casos a uma associação de fatores.

Entre eles está o aumento de chuvas neste ano na Região Sudeste, mas, sobretudo, a alte­rações no tipo de vírus causador da dengue. A doença pode ser provocada por quatro subtipos de vírus, que vão de 1 a 4. Nos últimos anos, a circulação maior ocorria com os subtipos 1 e 3. Avaliações da pasta indicam, porém, que nesta epidemia a circulação do subtipo 2 cresceu, aumentando o número de pes­soas suscetíveis à contaminação.

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