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29 de março de 2024 | 12:00
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Dengue avança 1.434% em RP

O número de casos de den­gue no primeiro semestre des­te ano, em Ribeirão Preto, é 15 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 30 de junho, a cidade contabiliza 5.507 vítimas do mosquito Ae­des aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chi­kungunya e amarela na área urbana –, contra 359 de todo o ano passado. São 5.148 a mais e alta de 1.434%.

A média de infecções este ano chega a 30 pacientes por dia na cidade, mais de um por hora. Em junho, esta taxa era de dez. Segundo os dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde nesta ter­ça-feira, 5 de julho, Ribeirão Preto começou 2022 com 52 casos em janeiro, em feverei­ro este número saltou para 194, em março disparou para 1.023, em abril chegou a 2.349, fechou maio em 1.601 e soma 288 em junho, queda de 82% na comparação com o mês an­terior, 1.313 a menos.

Mas é 1.340% superior do que as 20 ocorrências de junho de 2021. São 268 a mais. Na comparação entre os seis pri­meiros meses, a alta em Ribeirão Preto chega a 1.799%. São 5.217 vítimas do Aedes aegypti a mais que as 290 do mesmo período do ano passado. O aumento de casos da doença acende o sinal de alerta na cidade.

O número de casos des­pencou em Ribeirão Preto no ano passado, na comparação com 2020. Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divul­gado pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram regis­trados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.247 a menos. Este ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 10.470 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames.

Não há mortes por dengue neste ano na cidade, assim como ocorreu em 2021. Em 2020, ocorreram onze óbitos, mas um caso era importado de São Si­mão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O núme­ro de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo me­nos seis anos (desde 2016).

Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em de­corrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus. O nú­mero total de vítimas do Ae­des aegypti em 2020 é 21,3% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acor­do com dados atualizados pela Secretaria da Saúde –, 3.086 ocorrências a mais.

A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase dois anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na época, a média diária de pesso­as diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegyp­ti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 anos lide­ram com 2.008 ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.377), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (866), idosos de 60 anos ou mais (595), crianças de 5 a 9 anos (417), de 1 a 4 anos (205) e menos de um ano (39).

No ano passado, a Zona Leste liderou com 165 ocor­rências. Depois aparecem as regiões Oeste (63), Norte (51), Sul (46) e Central (34). Em 2022 são 1.966 na Zona Leste, 1.197 na Norte, 885 na Central, 784 na Oeste e 642 na Sul, além de 33 registros sem identifica­ção de distrito.

Em pouco mais de 13 anos, Ribeirão Preto já registrou 146.856 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 587.424. No ano passado, Ribeirão Pre­to também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capi­tal do Estado de Goiás. Não há ocorrências em 2022. Nem de zika vírus e sarampo em 2021 e neste ano.

Oitenta por cento dos fo­cos de dengue estão dentro das casas da cidade. Em Ribeirão Preto, no primeiro quadrimes­tre deste ano, os agentes en­contraram criadouros do Ae­des aegypt em 10% dos 170 mil imóveis visitados. Ou seja, em 17 mil foram encontrados cria­douros do mosquito. Mais de 37 toneladas de materiais que podem servir de criadouros para o mosquito foram retira­das das casas durante arrastões de limpeza somente neste ano. A prefeitura também recolheu mais de 1.900 pneus abando­nados em terrenos baldios.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 359 casos
2022 – 5.507 casos

Total desde 2009: 146.856, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 587.424

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