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16 de abril de 2024 | 19:45
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Denúncia Caso – Luana gera novos protestos

Assim como já havia ocor­rido em julho, durante a pri­meira audiência de instrução do caso da mototaxista Luana Barbosa dos Reis, que mor­reu em 13 de abril de 2016, aos 34 anos, cinco dias depois de ser abordada por três poli­ciais militares – ela levava o filho para um curso na noite do dia 8 –, esta terça-feira, 23 de outubro, também foi mar­cada por manifestações em frente ao Fórum Estadual de Justiça de Ribeirão Preto.

A audiência, no entanto, foi adiada para 6 de novem­bro devido à ausência de uma testemunha. O grupo de manifestantes permane­ceu em frente ao prédio para reivindicar a realização de júri popular contra os poli­ciais militares Douglas Luiz de Paula(aposentado), André Donizete Camilo e Fabio Do­nizeti Pultz – estão afastados das ruas e atuam em setores administrativos da Polícia Militar.

Eles respondem em liber­dade por homicídio qualifi­cado e são acusados de terem espancado a mulher antes de ela morrer. As defesas dos PMs, no entanto, querem que a tipificação do crime seja lesão corporal seguida de morte. Nesse caso, a sentença é dada pelo juiz. No protesto de ontem os manifestantes se reuniram em frente ao fórum com cartazes, faixas e cami­setas. Dezenas de pessoas participaram.

A mototaxista morreu após sofrer isquemia cerebral e traumatismo craniano em decorrência de espancamen­to, como apontou o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Familiares acusam os três PMs de terem agredido Luana depois de ela ter soli­citado ser revistada por uma policial feminina durante abordagem no Jardim Paiva. Ela foi levada para o Plantão Policial e liberada, mas mor­reu depois de horas.

O caso ganhou repercus­são depois que a ONU Mu­lheres e o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Di­reitos Humanos (ACNUDH) cobraram das autoridades brasileiras clareza na apura­ção dos fatos. Na época, as entidades internacionais afir­maram que a morte de Luana “é um caso emblemático da prevalência e gravidade da violência racista, de gênero e lesbofóbica no Brasil.”

A previsão era que tam­bém fossem ouvidas apenas oito testemunhas de defesa de André Donizete Camilo, em função do tempo. Além delas, tinham sido arroladas mais 16 testemunhas dos outros dois policiais acusados, uma da acusação que não compareceu na primeira sessão por moti­vos de saúde e duas indicadas pela defesa de Luana.

O advogado assistente da acusação, Daniel Rondi, diz que no processo há elementos suficientes para que os mili­tares sejam levados ao Tribu­nal do Júri. A defesa discorda e afirma que laudos dizem o contrário, que a mulher teria batido a própria cabeça várias vezes contra a viatura.

O advogado Julio Mos­sin, que representa Douglas Luiz de Paula – policial mi­litar aposentado – e André Donizete Camilo disse que ambos são inocentes. O advogado Paulo Maximia­no Junqueira Neto, que de­fende o PM Fabio Donizeti Pultz, também afirmou que o cliente é inocente.

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