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20 de abril de 2024 | 1:13
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Detectado buraco negro ‘adormecido’

Uma estrela localizada em outra galáxia, na Grande Nu­vem de Magalhães, transfor­mou-se em um buraco negro “adormecido”, estado que tor­na este tipo de corpo celeste difícil de ser detectado. O fe­nômeno, um dos mais extra­ordinários da astronomia, foi constatado recentemente por especialistas de diferentes en­tidades internacionais.

Tendo por base informa­ções de uma equipe que, por seis anos, fez observações com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Eu­ropeu do Sul (ESO), o Ob­servatório Nacional explica que este é o “primeiro buraco negro de massa estelar ador­mecido a ser detectado fora de nossa galáxia”.

Diz-se que um buraco ne­gro está “adormecido” quando não emite altos níveis de raios X, que é justamente como es­ses eventos são detectados. O fato de que este buraco negro não está recebendo matéria de uma estrela companheira torna a pesquisa ainda mais especial, e o fenômeno mais difícil de ser medido.

Esses dois objetos – o buraco negro e a estrela – formam um sistema binário. Caso se apro­ximem suficientemente um do outro, pode ser que essa estre­la comece a transferir matéria para o buraco negro que, en­tão, sairia do estado adormeci­do em que se encontra.

Apesar de não serem vi­síveis, uma vez que, devido à gravidade colossal, atraem (ou distorcem) até mesmo a luz, os buracos negros podem ser percebidos matematicamente, pela influência que exercem em outros corpos celestes. De acordo com o Observatório Nacional, o buraco negro em questão tem aproximadamen­te dez vezes a massa do Sol e a estrela que o acompanha tem 25 vezes a massa solar.

“Há mais de dois anos que andamos à procura destes sistemas binários com bura­cos negros”, diz a coautora do trabalho Julia Bodenstei­ner, pesquisadora do ESO, na Alemanha. Outro coautor do estudo, Pablo Marchant, da KU Leuven, diz ser surpreen­dente o tão pouco que se sabe a respeito de buracos negros adormecidos.

Isso acontece “dado o quão comuns os astrônomos acre­ditam que eles sejam”. Para realizar o estudo, a equipe observou quase mil estrelas massivas na região da Nebu­losa da Tarântula, localizada na Grande Nuvem de Maga­lhães, na busca por alguma que tivesse um buraco negro como companheiro.

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