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19 de abril de 2024 | 4:30
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Documentação do Museu Nacional estava irregular

TÂNIA RÊGO/ AG.BR.

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira, 5 de setembro, que o Museu Nacional estava irre­gular quanto à segurança contra incêndio e pânico. “Após análise de toda a documentação relativa ao Museu Nacional, o Corpo de Bombeiros confirma que o órgão não tem o Certificado de Aprovação (CA) da corporação, o que significa que está irregular no que diz respeito à legislação vigente de segurança contra in­cêndio e pânico”, afirma nota divulgado pelos bombeiros.

O certificado de aprova­ção é o documento que atesta a conformidade das condições arquitetônicas da edificação (área construída, número de pavimentos), bem como as me­didas de segurança exigidas pela legislação (extintores, caixas de incêndio, iluminação e sinaliza­ção de segurança, portas corta-fogo). Segundo os bombeiros, “é de responsabilidade dos admi­nistradores dos imóveis o cum­primento da legislação vigente”.

Os responsáveis pelo mu­seu já haviam admitido desde a última segunda-feira (30) que o imóvel não dispunha da maioria dos equipamentos de combate a incêndios. A vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo, admitiu que o imóvel estava irre­gular perante o Corpo de Bom­beiros. A vice-diretora afirmou que o Museu Nacional não tinha portas corta-fogo devido à difi­culdade imposta pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para alterar es­truturas do prédio, que é tomba­do. Ela prevê que o início da re­moção dos escombros comece na próxima semana.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu abrir uma auditoria para apurar as falhas, ir­regularidades e responsabilidades de agentes públicos que possam ter contribuído para o incêndio no Museu Nacional, que teve qua­se a totalidade de suas instalações e seu acervo histórico e científico de 20 milhões de peças destruída pelo fogo no dia 2 de setembro. A tragédia ensejou uma série de jus­tificativas “irrazoáveis” por parte de agentes envolvidos direta e in­diretamente na gestão do museu.

Representantes de empresas e bancos públicos e privados se comprometeram com o gover­no federal a auxiliar na formação de um fundo patrimonial para a reconstrução do Museu Nacio­nal, no Rio de Janeiro, e para a conservação de outras insti­tuições e museus do País. “Nós atendemos a uma convocação do Presidente da República e nos dispusemos a participar fi­nanceiramente desse importan­te projeto”, afirmou o presidente da Federação Brasileira de Ban­cos (Febraban), Murilo Portugal após participar de uma reunião com o presidente Michel Temer.

Anteontem, o governo se reu­niu para discutir as primeiras me­didas que deveriam ser tomadas e anunciou a edição de uma medida provisória para criar a legislação sobre os fundos patrimoniais e a publicação de um edital, via Ban­co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a liberação de R$ 25 milhões para conservação e preservação contra incêndios de instituições que cuidam do patrimônio histó­rico brasileiro.

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