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20 de abril de 2024 | 2:18
Jornal Tribuna Ribeirão
MARCELLO CASAL JR./AG.BR.
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Eclipse parcial da Lua é visto em RP

Na noite desta terça-feira, 16 de julho, quando o mun­do celebra 50 anos desde que a missão Apollo 11 decolou da Terra rumo à Lua, o Bra­sil teve o privilégio de obser­var um eclipse lunar parcial. O fenômeno ocorre quando Sol, Terra e Lua se alinham, e nosso planeta faz sombra so­bre o satélite.

Em Ribeirão Preto, o fo­tógrafo Alfredo Risk flagrou o eclipse no final da tarde de ontem. O fenômeno começou por volta das 17 horas e durou cinco horas, no total, parecido com o que ocorreu em janeiro deste ano. O eclipse lunar, em geral, dura bastante tempo, e o de ontem foi em um horário bom, próximo do pôr do sol, com a Lua em uma posição re­lativamente alta no céu.

A duração da fase de umbra (quando a sombra da Terra co­meça a ser observada na Lua) foi de aproximadamente duas horas e 51 minutos. Já consi­derando todo o período do eclipse, incluindo a fase de pe­numbra (quando a sombra da Terra sobre a Lua ainda é vista de forma borrada), a duração total do fenômeno chega a cin­co horas e 33 minutos.

Diferentemente de um eclip­se solar – quando o que fica “es­condido” é o Sol –, para observar o fenômeno lunar não foi preci­so óculos de proteção. A visão da Lua é a olho nu, mas é mais fácil assistir ao fenômeno em áreas menos iluminadas e com o horizonte livre.

Segundo Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da Uni­versidade Federal do Rio de Ja­neiro (UFRJ) e membro da So­ciedade Astronômica Brasileira, este eclipse, por ser parcial, não provocou o fenômeno da “Lua de sangue”. Para isso acontecer, seria necessário que os astros se alinhassem perfeitamente, como aconteceu em 21 de janeiro.

O alinhamento imperfeito impede a visualização da “Lua de sangue”, quando o satélite adquire tons avermelhados. Isso acontece porque a Terra se sobrepõe ao Sol e os raios solares atravessam a atmosfe­ra terrestre ganhando esta co­loração. Essa mudança de cor é provocada pelos mesmos fatores que fazem o céu ser azul e pode ser observada em todos os eclipses totais da Lua.

Há menos de 15 dias, a Lua passou entre o Sol e a Ter­ra, “tampando” sua luz. Em 2 de julho, um eclipse solar to­tal levou milhares de turistas ao Chile, de onde foi possível acompanhar o momento em que o dia virou noite. Diver­sas regiões do Brasil também puderam observar parcia­lemnte o fenômeno, inclusive em Ribeirão Preto.

Os dois acontecimentos não estão desvinculados, como co­menta o astrônomo da UFRJ: “Não é coincidência. É algo decorrente deste alinhamento. Eclipses solares podem vir jun­to com um eclipse lunar. Isso é comum”. Este é o último eclipse lunar do ano. O mundo verá o próximo eclipse total da lua apenas em 2021 – com possi­bilidade de observação parcial no Brasil. Outros fenômenos parciais acontecem antes, mas no país um eclipse total plena­mente visível ocorrerá apenas em 16 de maio de 2022.

Missão Apolo
Dia 16 de julho de 1969 foi a data de partida da missão Apolo 11 com destino à Lua. A bordo de uma nave propelida por um motor Saturno V, de três está­gios, 110 metros de altura e 2,7 milhões de quilos, até hoje um dos maiores já produzidos pelo homem, três astronautas par­tiam para o que seria um marco na exploração do espaço e na ae­ronáutica.

O projeto Apollo teve custo de US$ 26 bilhões na época, ou incríveis US$ 153 bilhões hoje, e envolveu praticamente todas as áreas do conhecimento. Os mais de dois mil exemplares de rochas permitiram a descoberta de 75 novos minerais. Até hoje, são mais de 1.500 produtos ou tecnologias que derivam dessa missão. No dia 20 comemo­ra-se os 50 anos do pouso na Lua, “um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”, disse o as­tronauta Neil Armstrong.

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