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18 de abril de 2024 | 15:04
Jornal Tribuna Ribeirão
FOTOS: JF PIMENTA
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Em busca do cinturão

Aos 25 anos de idade, Alan Gomes tem um cartel vitorioso no MMA (iniciais em inglês para artes marciais mistas). São doze vitórias, duas derrotas e um empate. Competindo por uma das melhores equipes nacionais, a Team Nogueira, Alan conta que ralou e teve que apostar na carreira. Morando em Ri­beirão Preto, hoje está numa das maiores competições europeias, mas tem sonhos e planos para o futuro, entre eles cinturão e UFC.

Alan Gomes conheceu o jiu-jitsu aos 15 anos em um projeto social, o Luta Pela Vida, em sua terra natal, For­taleza, no Ceará. Um ano de treinamento e já começou a lutar MMA.

Aos 18 anos já era profis­sional lutando no Arena Fight. Mas o caminho até a Team Nogueira não foi fácil. Aos 20 anos resolveu apostar no pró­prio talento e lutar no Rio de Janeiro, o Bitetti Combat, um evento televisionado pelo Ca­nal Combate (Globosat).

“Fiz rifa, pedi apoio e fui”. Alan era o azarão. “Se tivesse bolsa de apostas as chances do meu adversário seriam de 99%. Ele treinava nos Estados Unidos e lutava pela Ameri­ca Top Team (outra renoma­da equipe no MMA)”. Mas a aposta deu resultado positi­vo. O jovem cearense venceu por decisão. Em seguida veio o convite para treinar com os irmãos Nogueira (Minotauro e Minotoro), lendas do es­porte de combate.

Treinando no Rio, na Team Nogueira, Alan diz que evoluiu. “A estrutura e a in­tensidade do treino me aju­daram muito. O nível técni­co também”. Hoje, Alan tem contrato com a ACA – Abso­lute Championship Akhmat, organização russa, conside­rada uma das maiores no mundo das lutas na Europa.

Na competição europeia enfrentou um armênio e dois russos. Está na categoria até 57 quilos. Em março deverá lutar novamente.

O treinamento acontecerá em Ribeirão Preto, na Team Nogueira. “Vou fazer meu camp aqui. Deve vir dois atle­tas para me ajudar nesse trei­namento”, revela. Com 75 qui­los, terá que treinar forte para chegar à melhor forma física em março. “Faz parte, nas úl­timas semanas os trabalhos de perda de peso são mais inten­sos, mas faz parte da profissão”.

Sobre o futuro, Alan não esconde que quer chegar ao UFC e conquistar o cinturão. “Bateu na trave as duas vezes que tive perto de assinar com o UFC. Foram as lutas que perdi, mas isso não me desa­nimou e continuo trabalhan­do forte”.

Rick Monstro treina e aconselha o jovem Alan Gomes

Alan recebe orientações de Rick Monstro
Rick Monstro é nome conhecido no MMA mundial. Lutou no UFC e participou do TUF, reality da organização, por três vezes, duas como lutador e uma como técnico. Esteve afastado das lutas por um período e se dedicou à carreira de administrador da Team No­gueira. É sócio dos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro na franquia. Também morando em Ribeirão Preto, Rick é um dos mentores de Alan Gomes.

O lutador rasga elogios à jovem promessa. “Você vê a idade dele e o cartel. Tem muito pela frente, sem dúvida pode chegar muito longe”.

Quem vê o lutador de 1m87 e 108 quilos em ação não imagina que ele quase foi um executivo de multinacional. Formado em engenharia e com MBA, Rick, natural de Campinas, trabalhou dos 15 aos 28 anos na Bosch.

“Mas as artes marciais e a luta sempre me ajudaram como filo­sofia de vida. A ter disciplina, calma nas tomadas de decisões, a ter resiliência”, diz. “Esse é o espírito que passamos para nossos atletas e alunos. A arte marcial, além dos aspectos físicos e de saúde, contribui muito no crescimento como pessoa. Temos como objetivo transformar vidas”, completa.

Morando em Ribeirão Preto e administrando a franquia e carreira de lutadores, Rick diz que pode voltar a lutar em breve. “Apesar de ter ficado parado um bom tempo, sou quarto do ranking no meio pesado nacional. Quem sabe não tem uma luta em março”.

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