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19 de abril de 2024 | 3:43
Jornal Tribuna Ribeirão
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
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Entidades repudiam ataque de Bolsonaro à imprensa

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abra­ji) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgaram nesta segunda-feira (11) nota de repú­dio à publicação do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais sobre a imprensa. Bolsonaro compartilhou no domingo (10) acusação falsa sobre a jornalista Constança Rezende, do jornal “O Estado de S. Paulo”, com o objetivo de atacar a cobertura do caso que envolve o filho, o sena­dor Flávio Bolsonaro, e o ex-as­sessor dele, Fabrício Queiroz. O episódio, para a Abraji e a OAB, configura “um novo ataque pú­blico à imprensa”.

Constança foi alvo de uma acusação falsa publicada pelo site “Terça Livre”, e republicada por Bolsonaro, após a divulga­ção de uma conversa telefônica em que ela supostamente teria dito que a apuração do caso Queiroz teria como intenção “arruinar Flávio Bolsonaro e o governo”. A gravação do diá­logo, no entanto, não inclui o trecho mencionado pelo portal e pelo presidente.

Para a Abraji e a OAB, o caso “mostra não apenas descompro­misso com a veracidade dos fa­tos” por parte de Bolsonaro, como também “o uso de sua posição de poder para tentar intimidar ve­ículos de mídia e jornalistas”. As duas organizações consideram a atitude “incompatível com o discurso de defesa da liberdade de expressão” e destacam que a imprensa livre é um dos pilares da democracia, abalado “quando um governante mobiliza parte significativa da população para agredir jornalistas e veículos”.

O texto também pontua que os ataques de internautas à repórter começaram antes mes­mo de Bolsonaro levar o tema às redes sociais. O objetivo dos apoiadores do presidente, para a Abraji e a OAB, é “alimentar a narrativa governista de que a imprensa mente quando se refere às investigações sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz”. A conta do ex-motorista de Flávio Bolsonaro entrou no ra­dar do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) após movi­mentações que somaram R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017, valor incompatível com os rendi­mentos dele enquanto funcio­nário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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