O estado de São Paulo já registra mais casos e mortes por dengue em 2022 do que em todo o ano passado. São 153,3 mil casos neste ano, com 119 mortes. Em 2021, foram contabilizados 145,8 mil casos e 71 mortes. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde. Na comparação com o mesmo período de 2022, foram 117,5 mil infecções e 44 vítimas no ano passado.
O governo estadual destaca, em nota, que “o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é uma tarefa contínua e coletiva”. Aponta ainda que diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS) define que o trabalho de campo para combate ao mosquito transmissor de dengue compete primordialmente aos municípios.
Em Ribeirão Preto, no primeiro quadrimestre deste ano, os agentes encontraram criadouros do Aedes aegypti, transmissor da dengue – e também do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana – em 10% dos imóveis visitados.
Segundo a diretora da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, Maria Lúcia Biagini, a cada bairro visitado, os agentes têm encontrado de 300 a 500 focos do Aedes aegypti. Cerca de 170 mil imóveis foram visitados de janeiro a abril de 2022, e em 17 mil foram encontrados criadouros do mosquito.
Segundo a secretaria, cerca de 30 toneladas de materiais que podem servir de criadouros para o mosquito foram retiradas das casas durante arrastões de limpeza somente neste ano. A prefeitura também recolheu cerca de mil pneus abandonados em terrenos baldios.
O número de casos de dengue no primeiro quadrimestre de 2022, em Ribeirão Preto, é quatro vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 30 de abril, a cidade contabiliza 1.602 vítimas do mosquito Aedes aegypti, contra 359 de todo o ano passado. São 1.243 a mais e alta de 346,2%.
A média de infecções chega a 13 pacientes por dia na cidade. Em abril, esta taxa era de quase 20. Segundo os dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, Ribeirão Preto começou 2022 com 52 casos em janeiro, em fevereiro este número saltou para 193, em março disparou para 761 e em abril chegou a 596, queda de 21,7% na comparação com o anterior, 165 a menos.
Mas é 527,4% superior do que as 95 ocorrências de março de 2021. São 501 a mais. Na comparação entre os quadrimestres, a alta em Ribeirão Preto chega a 666,5%. São 1.393 vítimas do Aedes aegypti a mais que as 209 do mesmo período do ano passado. Em relação aos quatro meses anteriores – setembro, outubro, novembro e dezembro –, quando foram constatados 30 infecções, o crescimento é de 5.240%. São 1.572 a mais.
O Índice Predial (IP) da dengue em Ribeirão Preto era de 4,4 no primeiro trimestre do ano – a cada 100 imóveis vistoriados pelos agentes de controle de vetores, mais de quatro têm focos do mosquito Aedes aegypti, ou 4,4%. O levantamento do índice larvário foi elaborado pela Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde.
O Índice de Breteau (IB) indica que há seis focos de mosquito da dengue em cada um dos locais com criadouros. Oitenta por cento dos focos de dengue estão em imóveis residenciais, por isso, a conscientização da população é fundamental. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 5.834 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames.
Não há mortes por dengue neste ano na cidade, assim como ocorreu em 2021. Em 2020, ocorreram onze óbitos, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%.
Prevenção
O governo paulista destaca entre as principais medidas a serem adotadas pela população: deixar a caixa d’água bem fechada e realizar a limpeza regularmente; retirar dos quintais objetos que acumulam água; cuidar do lixo, mantendo materiais para reciclagem em saco fechado e em local coberto; eliminar pratos de vaso de planta ou usar um pratinho que seja mais bem ajustado ao vaso; descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura.