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18 de abril de 2024 | 2:31
Jornal Tribuna Ribeirão
ROVENA ROSA/AG.BR.
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Estoque de kit intubação é crítico

A Secretaria Municipal da Saúde informou nesta quar­ta-feira, 14 de abril, que a si­tuação dos estoques do kit in­tubação usado por pacientes com covid-19 internados em leitos de terapia intensiva em Ribeirão Preto é crítica. Res­salta que, em alguns hospi­tais, a quantidade de produ­tos é suficiente para manter o atendimento por mais três dias. Em outros, a previsão é de duas semanas.

O governo de São Paulo afirma ter enviado nove ofí­cios, o último deles na terça­-feira, 13, ao Ministério da Saúde solicitando medica­mentos do kit Intubação para pacientes graves de covid-19. O objetivo é repor estoques e evitar o desabastecimento de remédios essenciais para o tra­tamento da doença. Para evitar o colapso no atendimento, o prazo solicitado é de 24 horas.

Em entrevista à EPTV Ri­beirão, o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, disse que “em Ribeirão Preto, ainda não houve de alguém ficar sem o medicamento, mas estamos sempre na corda bam­ba em decorrência dessa falta de compromisso do Ministé­rio da Saúde de mandar esses medicamentos para os muni­cípios, não só Ribeirão Preto, mas para toda região e todo estado de São Paulo.”

Prevista na Constituição, a medida de requisição adminis­trativa permite, em situação de emergência, que o Estado use bens privados para resguardar o interesse público e depois in­denize os gastos. Mas, segundo o secretário, os kits compostos por sedativos e neurobloque­adores, usados para relaxar a musculatura, a caixa torácica e ajudar os pacientes a permane­cer com ventilação mecânica e a suportá-la, não chegam.

“Nessa semana, especifi­camente no domingo (11), tínhamos que receber um car­regamento que não chegou. Estamos vivendo uma situação de incerteza.” Segundo o se­cretário municipal da Saúde, a Fundação Hospital Santa Ly­dia tem contratos de compras de insumos com laboratórios.
No mês passado, o Minis­tério Público de São Paulo (MPSP) chegou a mover uma ação, em caráter liminar, para que a administração recebes­se os medicamentos, mas o pedido foi negado em razão da determinação do gover­no federal.

De acordo com o secretá­rio de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, responsável pelas solicitações, os medicamentos são suficientes apenas por “al­guns dias. Em ofício, o titular da pasta estadual documentou que o atual estoque acabaria ainda nesta quarta-feira e que precisaria repor as demandas de 643 hospitais no estado.

“É imprescindível o envio de medicamentos para o es­tado de São Paulo em até 24 horas, minimamente para su­prir o abastecimento de 643 hospitais pelos próximos dez dias”, afirma o secretário no pedido. A lista inclui quatro bloqueadores neuromuscula­res, três fármacos para seda­ção contínua e de um fárma­co para analgesia.

O ofício foi enviado com cópia para a procuradora-ge­ral do Estado, Maria Lia Porto Corona. A preocupação com a falta dos medicamentos es­senciais é compartilhada pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Es­tado de São Paulo (Fehosp).

Desde março, o Ministé­rio da Saúde faz requisições administrativas que obrigam as fábricas a destinar o exce­dente de sua produção para o órgão, que faz a redistribuição das drogas para os estados, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevis­ta coletiva nesta quarta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repetiu que o go­verno federal fará uma compra destes medicamentos.

A aquisição será por inter­médio da Organização Pan-A­mericana de Saúde (Opas). Se­gundo o ministro, o lote deve chegar ao Brasil nos próximos dez dias e deve “fortalecer” o estoque regulador. Além disso, Queiroga disse que o ministé­rio fará um pregão internacio­nal para a compra de medica­mentos usados no processo de intubação de pacientes.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pediu ao presidente Jair Bol­sonaro a sanção do projeto de lei que permite “a aquisição de leitos e o credenciamento de leitos de UTI com participação da iniciativa privada”. Pacheco disse ainda que fez um apelo ao ministro para que haja a antecipação do cronograma de vacinas ao ministro.

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