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19 de abril de 2024 | 15:50
Jornal Tribuna Ribeirão
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Estudo: vacina chinesa é eficaz

A vacina CoronaVac se mostrou eficaz e segura, se­gundo estudo publicado nes­ta semana pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. O trabalho analisou o com­portamento de 600 volun­tários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos. O imunizante está sendo testado em humanos no Brasil e é uma parceria do Instituto Butantã com farma­cêutica chinesa Sinovac Life Science (Sinovac Biotech).

De acordo com o coor­denador dos ensaios clínicos da vacina CoronaVac e dire­tor médico de Pesquisa Clí­nica do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, o produto é muito promissor e eficaz. “Os estudos feitos até agora, na China, demonstraram que mais de 90% dos voluntários que receberam as vacinas ti­veram anticorpos capazes de neutralizar o coronavírus, isso é um diferencial”, afirma.

Segundo Palacios, os tes­tes mostraram que entre duas e quatro semanas a pessoa está imunizada. “Duas sema­nas após a segunda dose as pessoas têm níveis de anti­corpos capazes de neutralizar o vírus da covid-19”, diz Pa­lácios. Cada voluntário rece­beu duas doses, sendo meta­de a vacina propriamente dita e a outra metade placebo. De acordo com o que foi identi­ficado nos estudos, não existe nenhuma preocupação com relação segurança da vacina utilizada nos voluntários.

Dentre as principais rea­ções está leve dor no local da aplicação, comum em outros tipos de vacina. O laborató­rio asiático já realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. An­tes, o modelo experimental aplicado em macacos apre­sentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus.

A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vaci­na para a realização de testes clínicos de fase 3, a última fase, em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança. Os testes estão sendo feitos com os pro­fissionais de saúde. Serão nove mil voluntários da área de saú­de em seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Ja­neiro, Minas Gerais, Rio Gran­de do Sul e Paraná.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ri­beirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) iniciou os testes da nova vaci­na contra o coronavírus em 30 de julho. Foram selecionados 500 voluntários para receber a vacina. Os candidatos são en­fermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e outros profis­sionais de saúde que atuam no atendimento direto aos pacien­tes com coronavírus.

Caso a vacina seja apro­vada, será realizada a trans­ferência de tecnologia para produção em escala e forne­cimento gratuito pelo Siste­ma Único de Saúde (SUS). O custo da testagem é estimado em R$ 85 milhões. Mas, an­tes, segundo Palacios, é preci­so instalar a estrutura indus­trial para a produção.

“A parte de produção do vírus inativado propriamente dito é um pouco mais comple­xa, tem as adequações da pró­pria estrutura, mas já come­çamos com essas adequações de equipamentos para, no tér­mino dos estudos, já estarmos com isso planejado”.

Diante de uma possível efe­tividade da vacina CoronaVac, o governo de São Paulo pode pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma liberação emergencial do imunizante ainda em outubro. A informação é do secretário estadual da Saúde de São Pau­lo, Jean Gorinchteyn. Segundo ele, esse pedido acontecerá se o resultado dos testes for positivo após três meses da aplicação, iniciada em julho.

“Agora, até outubro de 2020, se nós consagrarmos e confirmarmos que essa vaci­na é segura, ou seja, mantém a característica de não levar a efeitos colaterais e produzir an­ticorpos por um período pro­longado, altos e mantidos nos próximos três meses, aí sim, nós teremos a possibilidade, de forma emergencial para a An­visa que haja então a possibili­dade de nós usarmos na popu­lação”, diz Gorinchteyn.

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