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20 de abril de 2024 | 2:13
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EUA punem empresas venezuelanas e cobram posição mais dura de vizinhos

Por Cláudia Trevisan, correspondente

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, anunciou nesta segunda-feira, 7, em discurso na OEA, novas sanções contra 3 cidadãos venezuelanos e 20 empresas por ligação com o narcotráfico e lavagem de dinheiro – 16 têm sede na Venezuela e 4 no Panamá. Segundo Pence, os governos da América Latina deveriam se unir aos EUA e punir venezuelanos ligados ao regime de Nicolás Maduro.

Entre as medidas que sugeriu aos países da região estão ações que impeçam a lavagem de dinheiro, imponham restrições à concessão de vistos e responsabilizem Maduro pela “destruição” da democracia no país. Pence defendeu o adiamento das eleições presidenciais convocadas para o dia 20 e a expulsão da Venezuela da OEA – o país anunciou sua saída da organização em abril do ano passado, mas ainda não se concretizou.

“Suspenda esse simulacro de eleição”, disse o vice-presidente, dirigindo-se a Maduro. “Realize eleições reais, dê ao povo da Venezuela escolhas reais, pois o povo da Venezuela merece viver em uma democracia de novo.” Segundo ele, as eleições serão uma “fraude” marcada pela ausência de opositores, intimidação de eleitores, manipulação de votos e mudanças de última hora de locais de votação.

O Panamá é o único país da região que impôs sanções contra venezuelanos ligados ao regime de Maduro. O Brasil resiste a medidas unilaterais sob o argumento de que só apoia sanções aprovadas na ONU.

Maduro rejeitou nesta segunda suspender as eleições do dia 20. “Nem que chova, troveja ou relampagueie, a Venezuela terá eleições presidenciais”, disse durante um evento em Caracas. “Nos importamos com o imperialismo?”, questionou. “Não”, respondeu em coro a multidão reunida no Poliedro de Caracas.

Samuel Moncada, vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela para América do Norte, acusou Pence de conclamar a região a cometer um “crime internacional” contra seu país, na forma de sanções que não contam com a chancela da ONU. O diplomata afirmou que o governo Trump é “racista”, “intolerante”, “agressivo” e representa a maior ameaça à região.

Ele acusou Pence e a OEA de hipocrisia e lembrou que o governo representado por ele está deportando dos EUA centenas de milhares de imigrantes estabelecidos há décadas no país e ameaça expulsar cerca de 700 mil jovens beneficiados pelo Daca. Revogado por Trump, o programa protege da deportação estrangeiros levados aos EUA quando crianças.

A Venezuela vive crise sem precedentes que já levou 1,5 milhão de venezuelanos a se refugiar em países vizinhos, em especial Colômbia e Brasil. Nesta segunda, Pence foi além das críticas e afirmou que a “nuvem escura da tirania” também afeta Cuba e Nicarágua. O vice disse ainda que a estrutura autoritária criada pelos Castros sobreviverá à mudança de poder ocorrida na ilha, no mês passado, com a aposentadoria de Raúl Castro. “Que viva Cuba libre!”, declarou em espanhol, no que foi recebido por aplausos.

O principal alvo das novas sanções anunciadas por Pence é Pedro Luiz Martín Olivares, ex-diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin). Em 2015, ele foi indiciado por um júri na Flórida sob acusação de narcotráfico. Os outros atingidos são Walter Alexander del Nogal Márquez e Mario Antonio Rodríguez Espinoza, ambos associados a Olivares.

Eles são acusados de narcotráfico e se uniram a uma lista de 50 autoridades ou ex-autoridades do país afetadas por sanções dos EUA. Entre as empresas punidas estão financeiras e imobiliárias ligadas, entre outros, aos três sancionados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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