24 C
Ribeirão Preto
20 de abril de 2024 | 0:59
Jornal Tribuna Ribeirão
LUIS CORTES/REUTERS
Início » Evo diz que pode voltar à Bolívia para ‘pacificar’ país
Mundo

Evo diz que pode voltar à Bolívia para ‘pacificar’ país

O ex-presidente da Bolí­via Evo Morales disse nesta quarta-feira, 13 de novembro, no México, onde está asilado, que voltaria para “pacificar” seu país se os bolivianos pe­dissem, após semanas de pro­testos violentos que levaram à sua demissão. Ele falou com a imprensa pela primeira vez no exílio, e reiterou que sua de­missão visou a conter a violên­cia que sacudiu a Bolívia.

“Se meu povo pedir, esta­mos dispostos a voltar para apaziguar, mas é importante o diálogo nacional”, disse Mo­rales, acrescentando: “vamos voltar cedo ou tarde. Quanto antes melhor para pacificar a Bolívia”. Morales reiterou seu chamado a um diálogo nacio­nal, no qual poderiam partici­par “países amigos”, em uma espécie de mediação entre as forças políticas.

“É importante o diálogo nacional. Sem diálogo nacio­nal, estou vendo que vai ser difícil deter este confronto”, acrescentou. Ele lançou um apelo à Polícia e às Forças Ar­madas, que o pressionaram para que apresentasse sua re­núncia, a não “usar tiros contra o povo”. Até a terça-feira (12), eram sete os mortos na Bolívia em 23 dias de protestos, nas ci­dades de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, após as polêmi­cas eleições em que Morales foi reeleito para o quarto mandato consecutivo.

O pleito foi tachado de fraudulento pela oposição e que uma missão da Organi­zação dos Estados America­nos (OEA) qualificou como repleto de “irregularidades”. Questionado se o governo americano poderia estar por trás do que ele e os países que o apoiam destacam como um golpe de Estado, respondeu que não tem informação.

“Mas sim, imaginarmos que certamente (os Estados Unidos) são os que aportam conceitos e estratégias”, ressal­tou. “A OEA tomou uma de­cisão política, não técnica ou legal. A OEA está a serviço do império norte americano”. So­bre a proclamação de Jeanine Áñez como presidente interi­na, Morales disse que é a con­firmação do “golpe” contra ele e que foi um ato fora da lega­lidade, pois não foi celebrada a sessão em que o Legislativo aceita sua renúncia, como pre­vê a Constituição.

Morales chegou na terça­-feira ao México na qualida­de de asilado político em um avião militar mexicano. Nesta tarde, ele foi declarado hóspe­de honorário pela prefeitura da Cidade do México. Em La Paz, Áñez enfrenta o desafio dos deputados do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo, que estão em maioria na Câmara e ameaçam convo­car uma sessão para anular sua proclamação como presidente. Ela reforçou nesta quarta-feira a intenção de convocar novas eleições o quanto antes.

O governo brasileiro reco­nheceu a senadora como nova presidente da Bolívia. Em pu­blicação no Twitter, o Minis­tério das Relações Exteriores saudou a determinação de Jea­nine em trabalhar pela realiza­ção de novas eleições e diz que quer aprofundar a “fraterna amizade” entre Brasil e Bolívia.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, disse que, na verdade, se tratou de um au­togolpe. “Houve um golpe de Estado na Bolívia. Ocorreu no dia 20 de outubro, quando se cometeu fraude eleitoral, que tinha como resultado a vitória do ex-presidente Evo Morales em primeiro turno. O tribunal eleitoral, ao anunciar a vitória em primeiro turno, pretendia perpetuá-lo no poder de for­ma ilegítima e inconstitucio­nal”, disse.

Mais notícias