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19 de abril de 2024 | 3:32
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Saúde

Faltam medicamentos nos hospitais paulistas

Pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clí­nicas e Laboratórios do Esta­do de São Paulo (SindHosp), entre 29 de abril e 12 de maio, ouviu 76 hospitais privados paulistas – 1.518 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e 5.725 leitos clínicos – para levantar os principais problemas enfrentados pelos estabelecimentos nesse perí­odo, quando houve significa­tivo recuo no atendimento de pacientes com covid-19.

O aumento nos preços de materiais e medicamen­tos é citado como o principal problema enfrentado atual­mente por 30% dos hospitais pesquisados, seguido da falta ou dificuldade para aquisição de medicamentos (25%). Só 14% dos hospitais pesquisa­dos não estão enfrentando problemas com falta ou aqui­sição de medicamentos.

Os três medicamentos mais citados, que estão em falta ou com estoque abaixo do nível de segurança nos hospitais, são dipirona (25%), Dramin B6 (18%) e Neostgmina (17%). Segundo o médico Francis­co Balestrin, presidente do SindHosp, a falta de medi­camentos, materiais e equi­pamentos de saúde ficou evidenciada desde o início da pandemia de covid-19.

“Observamos a necessi­dade primordial de criarmos uma proposta de saúde que pos­sa responder a crises sanitárias como a da covid-19 e oferecer um sistema de saúde mais res­ponsivo e melhor estruturado. A proposta Saúde SP, que entre­garemos ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), elenca, entre dez propostas, o incentivo à inovação da indústria da saúde nacional dentro de um modelo de produção e desenvolvimen­to econômico”, diz.

“Para isso, é preciso definir o campo da saúde como prio­ridade para o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo”, emenda. “Nosso obje­tivo na proposta é diminuir, em dois anos, em 30% a de­pendência de matéria-prima de origem externa para fár­macos. E impulsionar a pro­dução de IFAs (Ingredientes Farmacêuticos Ativos) no Estado, diminuindo a depen­dência externa”, destaca.

Paralelamente, o projeto propõe ampliar o investimen­to em ciência, tecnologia e inovação no Estado, que hoje é de apenas 5% anuais. Quan­do questionados se percebem uma demanda reprimida de atendimento pós-pandemia, o resultado é praticamente um empate: 51% afirmam que sim e, 49%, que não existe deman­da reprimida. 97% dos hospi­tais pesquisados atendem a pa­cientes com covid-19 e desses, 92% reduziram o número de leitos para atendimento da do­ença nos últimos 30 dias.

A taxa de ocupação dos lei­tos clínicos para covid-19 é de até 20% em 64% dos pesqui­sados. 31% não têm pacientes internados com a doença en­quanto a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 também está baixa: é de até 20% em 53% dos hospitais pesquisados e 42% dos estabe­lecimentos não têm pacientes internados com a doença.

As três principais causas de atendimento nos serviços de urgência e emergência, prevaleceram, nos últimos 30 dias, atendimentos por doen­ças infecciosas (29%) e por complicações relacionadas a doenças crônicas e degenera­tivas (28%) e outras síndro­mes respiratórias (28%).

Por outro lado, as três prin­cipais causas de internação nos últimos 30 dias, foram: complicações relacionadas a doenças crônico-degenerati­vas (asma, câncer, diabetes, hipertensão e outras), com 33%; seguida de traumas e ci­rurgias relacionadas (26%) e outras cirurgias (18%).

Já os leitos de UTI dos hospitais pesquisados esta­vam majoritariamente ocupa­dos, nos últimos 30 dias, por complicações relacionadas a doenças crônico-degenerati­vas (asma, câncer, diabetes, hipertensão e outras), com 33%, seguida de traumas e ci­rurgias relacionadas (26%) e outras cirurgias (18%).

Remédios vendidos a hospitais sobem 3,57%
Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil subiram pela quinta vez consecutiva. Da passagem de março para abril o reajuste foi de 3,57%, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econô­micas (Fipe) em parceria com a Bionexo – healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde.

Os preços dos remédios subiram três vezes mais que a inflação agregada medida pelo Índice Na­cional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que no mesmo mês subiu 1,06%. Até mesmo o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP­-M), indicador de inflação muito influenciado pela movimentação dos preços das commodities no exterior, subiu menos em abril, ao entregar uma taxa de inflação de 1,41%.

No mesmo período da taxa de câmbio mostrou uma variação negativa de 4,23%. Para Rafa­el Barbosa, CEO da Bionexo, a elevação mais expressiva em abril já era esperada por causa dos reajustes anuais nos preços dos medicamentos de até 10,89%, segundo regulamentação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

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