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19 de abril de 2024 | 21:42
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Família Bolsonaro – Moro evita comentar relatório do Coaf

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não respondeu a questionamen­to feito pela imprensa, nesta sexta-feira, 7, sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que revelou movimentação atí­pica no valor de R$ 1,2 milhão na conta de um assessor do de­putado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em anúncio na sede da transição de governo, Moro indicou os futu­ros chefes da Polícia Rodoviária Federal, o policial rodoviário federal Adriano Marcos Furta­do, e da Secretaria Nacional do Consumidor, o advogado Lucia­no Benetti Timm, mas deixou o local sem responder à pergunta sobre o documento do Coaf.

Foi o primeiro contato com a imprensa após o jornal O Estado de S. Paulo revelar, na quinta-feira, 6, o relatório sobre transações de Fabrício José Carlos de Queiroz. Po­licial militar, Queiroz era re­gistrado como assessor parla­mentar, mas também atuava como motorista e segurança de Flávio Bolsonaro. Foi exo­nerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outu­bro deste ano.

Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à fu­tura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.

“Dentre eles constam como favorecidos a ex-secretária par­lamentar e atual esposa de pes­soa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil”, diz o docu­mento do Coaf, órgão de inteli­gência financeira que tem como principal missão o combate da lavagem de dinheiro.

Nesta sexta-feira, o Estadão revelou que o mesmo relatório cita movimentações entre con­tas de Fabrício Queiroz e de sua filha, Nathalia Melo de Queiroz, que era até o mês passado asses­sora lotada no gabinete do depu­tado federal e agora presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O caso
O documento do Coaf foi anexado pelo Ministério Públi­co Federal à investigação que deu origem à Operação Fur­na da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão dez deputados estaduais da As­sembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Nem Flávio Bolsonaro nem o seu ex-motorista foram alvo da operação que prendeu dez de­putados fluminenses, deflagrada no dia 8 de novembro. O Minis­tério Público Federal investiga o envolvimento dos parlamen­tares estaduais em um esquema de pagamento de “mensalinho” na Assembleia.

O Coaf informou que foi co­municado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econô­mica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.

O relatório também cita que foram encontradas na conta transações envolvendo dinhei­ro em espécie, embora Queiroz exercesse uma atividade cuja “característica é a utilização de outros instrumentos de transfe­rência de recurso”.

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