18 de abril de 2024 | 22:34
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FBI faz buscas em mansão de Trump

A residência do ex-presi­dente Donald Trump Mar-a-La­go, em Palm Beach, Flórida, foi revistada na segunda-feira, 8 de agosto, pelo FBI como par­te de uma longa investigação sobre se documentos – alguns deles ultrassecretos – foram le­vados para lá em vez de serem enviados para os Arquivos Na­cionais quando o republicano deixou a Casa Branca.

Críticas
O fato desperta críticas de republicanos enquanto Trump diz sofrer perseguição política. A notícia da busca autorizada pela Justiça foi divulgada ini­cialmente pelo próprio ex-pre­sidente, por meio de suas redes sociais, e provocou críticas de seus colegas republicanos, in­cluindo o líder da minoria na Câmara Kevin McCarthy.

Ele ameaçou investigar o Departamento de Justiça se o Partido Republicano assumir o controle da Casa após as eleições de meio de mandato. Outros legisladores republica­nos usaram as redes sociais par criticar a operação e acusaram o Departamento de Justiça de exceder suas funções.

A porta-voz do Departa­mento de Justiça, Dena Iverson, se recusou a comentar sobre a busca, inclusive sobre se o pro­curador-geral Merrick Garland a autorizou pessoalmente. A ação em Mar-a-Lago é um mo­vimento que representa uma escalada sem precedentes nas investigações contra Trump.

Cofre
Ele afirmou que os agentes do FBI abriram um cofre em sua casa durante uma “incursão não anunciada ligada à má conduta da Promotoria”. E ocorre em meio a uma investigação separa­da sobre os esforços para anular os resultados das eleições presi­denciais de 2020, aumentando o perigo de tornar o ex-presidente inelegível enquanto ele se prepa­ra para concorrer novamente à Presidência em 2024.

O ex-presidente afirmou que estava cooperando com as agên­cias, mas está sendo perseguido. “Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamen­tais relevantes, essa invasão não anunciada não era necessária ou apropriada”, disse Trump em um comunicado.

Acusações
Existem várias leis federais que determinam sobre o ma­nuseio de documentos confi­denciais, incluindo estatutos que tornam crime remover esse material e mantê-lo em um lo­cal não autorizado. Embora um mandado de busca não sugira que acusações criminais estão próximas, autoridades federais que desejam obter uma preci­sam, primeiro, demonstrar a um juiz que têm indício crível de que um crime foi cometido.

Caixas
Os Arquivos Nacionais dis­seram em fevereiro que recupe­raram 15 caixas de documen­tos da propriedade de Trump na Flórida. Segundo o jornal americano The Washington Post, as caixas continham do­cumentos altamente confiden­ciais que o ex-presidente levou de Washington após sua derro­ta nas eleições de 2020.

Obama
Os documentos – que tam­bém incluíam correspondência do ex-presidente Barack Obama – deveriam ter sido entregues por lei no final da presidência de Trump, mas acabaram em seu complexo de Mar-a-Lago. A recuperação das caixas levantou questões sobre a conformidade de Trump com as leis de regis­tros presidenciais promulgadas após o escândalo de Watergate na década de 1970, que exigem que os presidentes preservem registros relacionados à ativida­de de seu governo.

Os Arquivos Nacionais en­tão solicitaram que o Departa­mento de Justiça abrisse uma investigação sobre as práticas de Trump. O ex-presidente ha­via dito que os registros presi­denciais haviam sido entregues “em um processo comum e ro­tineiro”. Seu filho Eric disse na Fox News, na noite da segun­da-feira, que passou o dia com seu pai e a busca aconteceu porque “os Arquivos Nacionais queriam corroborar se Donald Trump tinha ou não algum documento em sua posse”.

Mudança
Questionado sobre como os documentos foram parar em Mar-a-Lago, Eric Trump disse que as caixas estavam entre os itens que foram reti­rados da Casa Branca durante as “seis horas” no dia da posse, enquanto os Biden se prepa­ravam para entrar no prédio. “Meu pai sempre guardou no­tícias sobre a Casa Branca. Ele tinha caixas quando se mudou da Casa Branca”, afirmou Eric.

Funcionários da Casa Bran­ca chegaram a descobrir ma­ços de papel entupindo ba­nheiros, levando-os a acreditar que Trump tentou se livrar de certos documentos, de acor­do com um livro de Maggie Haberman, repórter do jornal The New York Times.

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